Sessão de Relato de Caso


Código

RC060

Área Técnica

Estrabismo

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Olhos do Recife

Autores

  • PABLO LUCIANO GOMES FONSECA (Interesse Comercial: NÃO)
  • VANESSA DE CARVALHO TEIXEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • ANA CAROLINA VALENÇA COLLIER (Interesse Comercial: NÃO)

Título

EXOTROPIA E DIPLOPIA APOS EXERESE DE PTERIGIO NASAL

Objetivo

Relatar caso de exérese de pterígio nasal recidivado complicado com provável lesão de músculo reto medial, exotropia e diplopia.

Relato do Caso

G.L.S., 57 anos, hipertensa. Apresenta queixa de ‘carne crescida’ em ambos os olhos (AO), sendo maior em olho esquerdo (OE), há 20 anos. Refere duas cirurgias prévias de exérese de pterígio (PT) nasal em OE, com posterior recidiva, sendo a primeira há 7 anos e a segunda há 2 anos. Ao exame, apresentou acuidade visual de 20/40 olho direito (OD) e 20/30 OE com melhor correção, pressão intraocular de 12 mmHg AO, à biomicroscopia PT temporal grau I OD, PT nasal grau III OE, catarata nuclear 1+/4+ AO, e fundoscopia sem alterações AO. Foi feita opção por exérese de PT nasal em OE com colocação de membrana amniótica (MA). Durante o ato cirúrgico ficou evidente grande quantidade de tecido fibrótico e distorção anatômica, o que dificultou a realização do procedimento. Foi retirado todo o pterígio e grande quantidade de tecido fibrótico, sendo a MA colocada no leito escleral desnudo e fixada com pontos simples. No 1º dia pós-operatório (DPO), o paciente evolui com ortotropia em posição primária do olhar (PPO) e restrição de adução. No 7º DPO, o paciente refere diplopia, exotropia (XT) em PPO (fusão com prisma 45 DP) e restrição de adução. Foi suspeitado de lesão iatrogênica de músculo reto medial (RM) com desinserção e indicada abordagem cirúrgica do mesmo. Porém, antes da abordagem (no 14º DPO) a paciente referiu melhora espontânea da diplopia assim como diminuição do desvio ocular; Cover e prisma 20 DP em PPO. Diante da melhora do quadro optamos pelo adiamento da cirurgia e avaliação semanal até estabilização do quadro. No 28º a paciente permanece com XT 20 DP apresenta gradual melhor da adução.

Conclusão

O estrabismo em pós-operatório de exérese de PT é um evento incomum. O RM é o mais acometido pela maior proximidade com a região limbar. Cirurgias prévias como exérese de pterígios, pinguéculas ou tumores são situações que aumentam o risco de tal complicação.

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