Código
RC295
Área Técnica
Visão Subnormal
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Vicente de Paulo
- Secundaria: Universidade Federal Da Fronteira Sul
Autores
- DANIEL BONETTI ZANATTA (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO LONGHI BORDIN (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCAS WERNER MANFRON (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM CORPO ESTRANHO ORGANICO INERTE EM CAMARA POSTERIOR HA 15 ANOS
Objetivo
O objetivo do presente trabalho é relatar o caso de um paciente com corpo estranho intraocular, de origem orgânica, após trauma pérfurocontuso em olho esquerdo há 15 anos, o qual manteve-se inerte durante o período, preservando-se alguma função visual.
Relato do Caso
I.V.C, 68 anos, sexo feminino, portadora de Diabetes Mellitus, HAS, Glaucoma (em tratamento há 10 anos), em uso de Metformina, Losartana, Hidroclorotiazida, Travoprosta colírio uma gota cada olho à noite e Brimonidina de 12/12 h. Consultou em nosso serviço em agosto de 2017 por baixa acuidade visual em olho esquerdo, com início há cerca de 15 anos após traumatismo pérfurocontuso com uma pedra. Historia de facectomia em olho esquerdo devido a catarata há 10 anos. Ao exame oftalmológico: Autorrefrator: Olho direito com +0,50D esf, -0,50D cil à 42 graus; Olho esquerdo com -0,50D esf, -1,50D cil à 41 graus. Acuidade visual: Olho direito 20/20; Olho esquerdo conta dedos a um metro em campo de visão temporal; Escala de Jaeger J2. Teste de lentes: Sem melhora visual. Mobilidade extraocular: ortofórico na posição primária do olhar. PIO: Olho direito 12mmHg; Olho esquerdo 14mmHg. Gonioscopia: Olho direito apresentando ângulo aberto 360˚; Olho esquerdo apresentando ângulo aberto com sinéquia anterior periférica e imprints compatíveis com trauma/cirurgia prévia. Cristalino: Olho direito transparente; Olho esquerdo com LIO tópica e transparente. Fundoscopia: Olho direito com escavação de 0,5, perda de rima temporal, mácula bem e vasos de calibre e tortuosidades preservadas, periferia sem alterações; Olho esquerdo com escavação de difícil definição devido a corpo estranho metálico em topografia de disco óptico, mácula preservada, atrofia difusa do EPR.
Conclusão
Podemos concluir que apesar da catarata induzida pela lesão capsular do cristalino e da topografia nobre onde o corpo estranho localiza-se, manteve-se alguma função visual no olho acometido após a realização da facecomia. Não houveram complicações de origem infecciosa, o que é raro, considerando-se a natureza orgânica do objeto intraocular.