Título

HEMORRAGIA INTRACRANIANA COM REPERCUSSÕES OFTALMOLÓGICAS: A IMPORTÂNCIA DO OFTALMOLOGISTA GENERALISTA

Objetivo

Relatar o benefício do reconhecimento e tratamento precoce na evolução clínica da Síndrome de Terson.

Relato do Caso

Paciente masculino, 56 anos, natural de Lins - SP e procedente de Campinas - SP, admitido no pronto socorro de Oftalmologia do HC-UNICAMP, por história de cefaléia, seguida de queda da própria altura, evoluindo com baixa acuidade visual em olho esquerdo dois dias após início do quadro. Apresentava histórico de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e Comunicação Interventricular tratada. Negava antecedentes oculares. Ao exame oftalmológico: Acuidade visual (AV): OD (olho direito) = 20/25 e OE (olho esquerdo) = conta dedos a 1 metro. Biomicroscopia de segmento anterior sem alterações. Fundoscopia OD: microaneurismas em pólo posterior, sem outras alterações. Fundoscopia OE: hemorragias subhialoidea e diversas hemorragias subrretinianas difusas. Diante da hipótese de Síndrome de Terson, o paciente foi encaminhado imediatamente ao serviço de emergência do HC-UNICAMP. Realizado angiotomografia de crânio que evidenciou aneurisma roto de artéria comunicante anterior, sendo então submetido a clipagem do aneurisma. Manteve seguimento oftalmológico, juntamente com a equipe da neurocirurgia. Após 5 meses do episódio, houve reabsorção completa das hemorragias retinianas com AV, corrigida de 20/30 em OE, sem sequelas neurológicas.

Conclusão

O diagnóstico e a abordagem precoce da Síndrome de Terson são de suma importância, uma vez que há grande correlação entre a sua presença e a taxa de mortalidade. Portanto, o reconhecimento precoce dos achados clínico-oftalmológicos sugestivos de hemorragia intracraniana contribuem para um desfecho favorável do quadro.