Título

ESCLERO-UVEITE: DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS E RACIOCINIO CLINICO EM APRESENTAÇAO ATIPICA

Objetivo

Ressaltar a importância da avaliação clínica e do diagnóstico diferencial em quadros de esclero-uveíte associada a manifestações sistêmicas.

Relato do Caso

Os autores apresentam um caso atípico de esclero-uveíte em uma paciente do sexo feminino. J.A.S, feminino, 19 anos, natural e procedente de Campinas-SP, apresentou-se ao pronto atendimento geral do HC-UNICAMP com queixa de dor e hiperemia em olho esquerdo com três semanas de evolução. Relatava histórico de perda ponderal moderada, lesão ulcerada em região dorsal e episódio de internação hospitalar no último ano, quando fora submetida à drenagem de tórax por derrame pleural em virtude de suposta agressão que originara também a lesão dorsal. Não soube informar demais resultados por evasão hospitalar. O exame ectoscópico demonstrava evidente desnutrição, lesão ulcerada dorsal com secreção de aspecto purulento e odor fétido e lesões de aspecto tumoral exofítico com proptose do olho esquerdo. O exame biomicroscópico evidenciou lesões esclero-uveais com afilamento escleral, neovascularização de íris e reação de câmara anterior de 3+/4, sem sinéquias posteriores. O exame do segmento posterior revelou descolamento exsudativo de retina e moderado haze vítreo em OE. O exame anatomo-patológico da lesão dorsal e a baciloscopia de escarro bem como o PPD, definiu o diagnóstico de Tuberculose sistêmica. Após a instituição do tratamento específico houve resolução das lesões e negativação da baciloscopia.

Conclusão

Uveítes de apresentação atípica são sempre um desafio diagnóstico, por isso o exame clínico e oftalmológico detalhado bem como a sistematização do raciocínio clínico ajudam na elucidação do diagnóstico etiológico e decisão terapêutica.