Código
RC138
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Autores
- LUIZA BARCELOS DE SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- BRENDA MAIOLINO BUCCO (Interesse Comercial: NÃO)
- CESAR DE SOUZA BASTOS JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: CARCINOMA ESPINOCELULAR CONJUNTIVAL LOCALMENTE INVASIVO
Objetivo
Relatar um caso de carcinoma espinocelular conjuntival (CEC) localmente invasivo tratado com enucleação.
Relato do Caso
M.S.C, feminina, 72 anos, deu entrada na emergência do HNMD no dia 19/03/18 relatando surgimento de lesão brancacenta em olho esquerdo (OE) com crescimento progressivo há 4 meses. Ao exame apresentava AVCC 20/25 em olho direito (OD) e percepção luminosa em OE. Não apresentava alterações dignas de nota no restante do exame de OD. À biomicroscopia de OE apresentava hiperemia conjuntival 1+/4+, lesão papiliforme brancacenta perilimbar nasal vascularizada com invasão de câmara anterior em região adjacente, comprimindo e deslocando a íris temporalmente, gerando corectopia. A PIO em OE era de 8mmHg e o exame fundoscópico foi prejudicado por má dilatação pupilar associada cristalino opacificado. Realizou USG ocular de ambos olhos (AO) que evidenciou de relevante hipertrofia da hialóide posterior em OE; TC com contraste de crânio, órbitas, tórax e abdome que não demonstrou implante tumoral secundário; RNM com contraste de crânio e órbitas indicou presença de tumor na câmara anterior, em íntimo contato com cristalino e inserção de músculo reto medial, apresentando foco de calcificação de permeio e extensão para tecido subcutâneo da porção inferior da órbita. No dia 29/03/18 a paciente foi submetida à biópsia incisional que teve como laudo anatomopatológico “carcinoma espinocelular de conjuntiva” e, após avaliação pela comissão de oncologia do HNMD, em 16/04/2018 foi realizada enucleação de OE com congelação intra operatória evidenciando margens livres de tumor. Paciente segue em acompanhamento no HNMD.
Conclusão
O CEC é o tumor maligno conjuntival mais comum, possui baixo grau de malignidade e raramente leva à metástase, entretanto, em algumas ocasiões, mostra invasão secundária intra-ocular (2-8%) e orbitária (12-16%). A terapia de escolha é a exérese cirúrgica da lesão com margens de seguranças, porém, em casos de invasão intra-ocular, procedimentos cirúrgicos mais agressivos são necessários, como enucleação ou exenteração.