Código
RC265
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitário Pedro Ernesto
Autores
- MANOELLA DA CUNHA GOMES PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- LANA SAYURI MAKITA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIA TERESA SILVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
COROIDITE MULTIFOCAL ASSOCIADA A ARTERITE DE TAKAYASU – UM RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentamos um relato de caso de coroidite multifocal em paciente portadora de Arterite de Takayasu, uma associação rara e pouco descrita na literatura.
Relato do Caso
JSS, 52 anos, feminina, com queixa de diminuição da acuidade visual em ambos os olhos, pior à direita, há 6 meses, com parcial melhora com lentes corretivas e sem outros sintomas oculares. Portadora de arterite de Takayasu, em uso de azatioprina e prednisona. Histórico prévio de acidente vascular encefálico isquêmico aos 41 anos. Ao exame ocular: acuidade visual em olho direito 20/100 e em olho esquerdo 20/20, fácica de ambos os olhos com cristalino sem alterações e pressão intra-ocular de 13mmhg em ambos os olhos. À fundoscopia apresenta lesões hiperpigmentadas coriorretinianas compatíveis com coroidite multifocal A angiografia fluoresceínica revela coroidite multifocal. Encontra-se em acompanhamento com os setores de Oftalmologia e Reumatologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Conclusão
A Arterite de Takayasu (AT) é uma doença auto-imune inflamatória granulomatosa crônica idiopática rara com incidência de 1-2 casos a cada milhão de pessoas afetando, em sua maioria, mulheres, com maior prevalencia na Ásia e África. Pode causar isquemia ocular com oclusão de artéria central retiniana, síndrome ocular isquêmica, microaneurimas, shunts arteriovenosos e neovascularização de retina. O diagnóstico da AT é clínico sendo a angiografia o exame padrão-ouro. A coroidite multifocal é uma condição rara que cursa com inflamação da coroide, costuma ser recorrente e bilateral. A origem pode ser inflamatória ou infecciosa. O tratamento da coroidite se faz com glicocorticoides tópicos, perioculares ou sistêmicos e medicamentos antifator de crescimento do endotélio vascular (anti-VGEF), se necessário. Para o controle sistêmico da AT podem ser usados corticosteroides, imunossupressores, agentes biológicos e cirurgias endovasculares. Apresentamos um caso de coroidite multifocal, uma alteração ocular incomum, associada à arterite de Takayasu, uma combinação que não encontramos na literatura.