Título

OFTALMOPLEGIA BILATERAL SECUNDARIA A HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL EM CRIANÇA COM COQUELUXE

Objetivo

Relatar caso de criança com suspeita de coqueluche apresentando quadro de tosse paroxística, hemorragia subconjuntival e oftalmoplegia bilateral.

Relato do Caso

Paciente, 10 anos, acompanhado do pai, atendido no pronto socorro de oftalmologia do IHBDF com queixa de manchas vermelhas em ambos os olhos. O pai relatou que há 15 dias, além das manchas, a criança tinha tosse persistente seguida de vômitos e piora dos sintomas mesmo após uso de amoxicilina, metronidazol e prednisona via oral. Encontrava-se estável clinicamente e ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual sem correção de 20/30 em ambos os olhos; restrição à elevação e abdução bilateral; à biomicroscopia evidenciou-se equimose periorbital, hemorragia subconjuntival maciça nos quatros quadrantes; córnea, câmara anterior e fundoscopia sem alterações, bilateralmente. Os exames complementares evidenciaram infiltrados pulmonares perihilares no raio x de tórax, leucocitose, coagulograma e plaquetas normais. Iniciado então tratamento empírico para coqueluche com azitromicina 500mg, via oral, 10mg/kg/dia, por 05 dias. Após início do tratamento, o paciente apresentou melhora da tosse com regressão da hemorragia subconjuntival e resolução da oftalmoplegia.

Conclusão

A hemorragia subconjuntival pode ser idiopática ou secundária a distúrbios hemorrágicos, traumas, manobra de Valsava, medicamentos anticoagulantes e hipertensão arterial.Logo, uma investigação clínica e oftalmológica adequada deve ser realizada para melhor condução dos casos com suspeita de associação sistêmica. O diagnóstico e tratamento corretos foram essenciais para a resolução do quadro de coqueluche do paciente e melhoras dos sintomas oftalmológicos.