Código
RC109
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
- Secundaria: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- LENNON DA COSTA SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- Guilherme Malta Pio (Interesse Comercial: NÃO)
- Carolina Serpa Braga (Interesse Comercial: NÃO)
Título
O DESAFIO DIAGNOSTICO ENTRE GLAUCOMA CONGENITO E MEGALOPAPILA - RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar um relato de caso para reforçar a importância de um diagnóstico diferencial cuidadoso entre megalopapila e glaucoma e evitar tratamentos inadequados.
Relato do Caso
Paciente feminina, 03 anos, admitida no serviço de Glaucoma do Hospital São Geraldo (UFMG) para avaliação e acompanhamento de glaucoma congênito. Mãe relata diagnóstico com 06 meses de vida, em consulta de rotina, devido a aumento da escavação do nervo óptico. À admissão não usava colírios, suspendeu por conta própria há 6 meses, embora possuísse história de uso de betaxolol, dorzolamida e brinzolamida. Sem história familiar de glaucoma. Ao exame: Criança - Biomicroscopia: normal. Fundoscopia: Escavação 0,8 (ambos olhos - AO) com diminuição do anel neural em região temporal do olho esquerdo (OE). Tonometria: 10 mmHg AO. Mãe da paciente, à época com 31 anos: Biomicroscopia: sem alterações. Fundoscopia: escavação 0,6 com rimas preservadas 360º AO. Tonometria: 10 mmHg AO. Propedêutica complementar: Criança: Curva diária de Pressão (CDPo) sem medicações: variação entre 10 e 12mmHg (AO). Gonioscopia: inviável. Paquimetria: criança 566/565mm. Tomografia de Coerência Óptica (OCT): camada de fibras nervosas dentro da normalidade em AO. Mãe: CDPo com variação entre 09 e 15mmHg em AO. Gonioscopia: seio aberto 360 graus em AO. Paquimetria: 621/600mm. OCT: camada de fibras nervosas dentro da normalidade em AO. Campo visual normal em AO. Diante dos resultados, foi excluída hipótese de glaucoma congênito e aventada hipótese de megalopapila. Os pacientes foram acompanhamento por 05 anos, sem medicações e evoluíram sem alteração dos exames.
Conclusão
É necessária avaliação criteriosa com exame físico minucioso e uso adequado da propedêutica complementar em pacientes com suspeita de glaucoma para avaliação dos diagnósticos diferenciais. Esse caso é um exemplo disso, pois a paciente teve inicialmente um diagnóstico equivocado de glaucoma e foi tratada desnecessariamente por pelo menos 2 anos, sendo, na verdade, seu diagnóstico uma megalopapila.