Código
RC224
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Oftalmógico de Anápolis
Autores
- ALEXANDRE SHIGUERO SATO AGUIAR (Interesse Comercial: NÃO)
- Flávio Pereira Machado (Interesse Comercial: NÃO)
- Vinicius Stival Veneziano Sobrinho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PAPILEDEMA EM GESTANTE COM DERIVAÇAO VENTRICULO-PERITONEAL: RELATO DE CASO
Objetivo
O seguinte estudo visa relatar um caso de pseudotumor cerebral tratado com derivação ventrículo peritoneal (DVP) em que houve reativação do papiledema/hipertensão intracraniana durante a gestação.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 20 anos, comparece a consulta com queixa de baixa acuidade visual (BAV) súbita em ambos os olhos (AO). Ao exame oftalmológico: acuidade visual sem correção: 20/150 em olho direito (OD) e 20/100 em olho esquerdo (OE). Refração dinâmica: OD -0,25 -1,25 x 175º; OE plano -1,00 x 170º equivalendo a uma acuidade visual com correção (AVCC) de 20/60 OD e 20/70 OE. Ectoscopia AO: movimentação ocular preservada e reflexo pupilar presente. Biomicroscopia AO: córnea sem alterações, cristalino transparente. Mapeamento de Retina AO: Papiledema 3+/4+, sem outras alterações. Retinografia: borramento papilar bilateral. Angiofluoreceinografia: extravasamento bilateral do corante sobre o disco óptico. Tendo em vista o quadro apresentado, a paciente foi encaminhada ao serviço de neurocirurgia que após exames complementares confirmou a hipótese de pseudotumor cerebral. Foi então realizada uma DVP com resolução da hipertensão intracraniana. Após nova avaliação oftalmológica houve melhora da AV e desaparecimento do papiledema. Após alguns meses a paciente retorna gestante (3º trimestre) queixando novamento BAV em AO com retorno do papiledema. Após avaliação do serviço de neurocirurgia foi confirmada falência da DVP. Entretanto, a paciente entrou em trabalho de parto expontaneo e obteve melhora da BAV após o parto. Após alta da maternidade foi realizada nova avaliação oftalmológica onde a paciente apresentou AVCC 20/40 AO e ausência de papiledema.
Conclusão
Provavelmente o aumento da pressão intra abdominal nas últimas semanas da gestação seja o fator implicado na obstrução da DVP e consequentemente no ressurgimento da hipertensão intra craniana. O que corrobora com a resolução expontanea do papiledema e da BAV por reperfuzão da DVP após o parto.