Código
RC070
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Redentora
Autores
- GUSTAVO ROHR BOCCHI (Interesse Comercial: NÃO)
- Bruna Tramonte De Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
- Rafael Verardino Capalbo (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CATARATA CONGÊNITA BILATERAL E MACULOPATIA EM OLHO DIREITO
Objetivo
Descrever a conduta e os resultados visuais em um paciente portador de catarata congênita bilateral e epiteliopatia sequelar em mácula de olho direito.
Relato do Caso
G.R.B, masculino, com idade gestacional de 32 semanas e baixo peso. Acompanhamento pré-natal sem comorbidades, sorologias negativas e imunização para rubéola com soro-conversão positiva. Aos 4 meses procurou atendimento no Hospital de Olhos de Rio Preto com história de "não acompanhar bem o movimento dos objetos". O exame biomicroscópico revelou opacificação bilateral do cristalino, reflexos preservados. À ultrassonografia ocular, sem alterações em ambos os olhos. Foi submetido à facectomia bilateral aos 5 meses, utilizou-se a técnica de aspiração do núcleo e córtex, sem implante de lente intra-ocular. O paciente evoluiu com opacificação da cápsula posterior 12 dias após, sendo realizado capsulotomia com yag laser sob sedação. Fez uso de lentes corretoras de 18D esféricas sem adição, com diminuição do grau nos anos subsequentes. Aos 8 anos, foi diagnosticado com descolamento do vítreo posterior e comprometimento atrófico do epitélio pigmentar da retina em região macular de olho direito associado à rachaduras na camada de Bruch e fundoscopia de olho esquerdo sem alterações. Hoje, com 27 anos, segue afácico, com avaliação semestral do fundo de olho e acuidade visual de 20/40 em OD e 20/20 em OE, Jaeger 1 em ambos os olhos, com óculos multifocal. Refração atual: OD +7,25 esf.-4,25 cil e OE +9,0 esf -3,0 cil e adição de +2,25.
Conclusão
A catarata congênita corresponde à mais de 40% das causas de cegueira reversíveis no mundo. Apesar disto, mostramos que mesmo na presença da catarata bilateral, maculopatia, alta miopia e prematuridade, é possível obter uma boa acuidade e recuperação visual do paciente. Este caso reflete a importância do acompanhamento à longo prazo com exames oftalmológicos minuciosos, refrações confiáveis periódicas e uma abordagem de equipe multidisciplinar para adequada reabilitação visual e melhor qualidade de vida do mesmo.