Título

DESCEMENTOCELE COMO DESFECHO DESFAFORAVEL DA HIDROPSIA CORNEANA AGUDA NO CERATOCONE

Objetivo

Elucidar uma evolução incomum da Hidrópsia Corneana Aguda e seus possíveis tratamentos medicamentosos e cirúrgicos em um relato de caso.

Relato do Caso

Paciente masculino, 17 anos, nascido e residente em Porto Calvo - AL, encaminhado ao Hospital Universitário de Alagoas com hipótese diagnóstica de Hidropsia Corneana e Descementocele em Olho Esquerdo (OE). Paciente relatou episódio de prurido e “mancha” em OE há quatro dias. Queixava-se de baixa de visão e fotofobia intensa. Negava dor ou qualquer outro sintoma oftalmológico. Estava em uso de nafazolina, fenolsulfonato de zinco e lubrificante ocular. Diagnóstico de Ceratocone era desconhecido, porém apresentava história típica. Negou outras comorbidades pessoais e familiares. Ao exame oftalmológico: Biomicroscopia: OD: sem alterações OE: presença de abaulamento corneano importante, córnea com edema estromal e epitelial, área de afinamento com descementocele importante em região central. Fundoscopia: OD - Sem alterações OE - Impraticável. Hipótese diagnóstica: ceratocone avançado em OE com hidropsia aguda. Conduta: Prescrito inicialmente, para uso tópico Dexametasona e Moxifloxacino a cada 4 horas, brinzolamida/tartarato de brimonidina, além de tampão noturno. Foi reavaliado com dois dias e evoluiu com Seidel positivo. Na ocasião a droga hipotensora foi suspensa e prescrito Atropina 1% com negativação do Seidel constatado em consulta posterior. Após cinco meses do início do quadro, ocorreu resolução da hidropsia, e foi possível observar leucoma central com fibrose acentuada como consequência do quadro, acuidade final com correção de conta dedos a 2 metros. O paciente aguarda transplante de córnea.

Conclusão

Apesar da maioria dos casos de Hidropsia evoluírem com curso autolimitado, o cuidado com desfechos desfavoráveis deve acontecer devido significativa morbidade em população jovem.