Sessão de Relato de Caso


Código

RC116

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital São Geraldo
  • Secundaria: Instituto de Olhos Ciências Médicas

Autores

  • CAROLINA SERPA BRAGA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Guilherme Malta Pio (Interesse Comercial: NÃO)
  • Lennon Costa Santos (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SURPREENDENTE DESFECHO VISUAL EM UM CASO DE DOENÇA DE DEVIC E A IMPORTANCIA DO OFTALMOLOGISTA NO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO

Objetivo

Relatar um caso de Doença de Devic com desfecho visual favorável demonstrando a relevância do acompanhamento multiprofissional com apoio oftalmológico no diagnóstico e tratamento.

Relato do Caso

Paciente feminina, 58 anos, na urgência oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual (AV) súbita. Referiu episódios fugazes de turvação visual no olho direito (OD) há meses e baixa AV prévia no olho esquerdo (OE) após trauma cefálico antigo. Ao exame: AV 20/50 no OD e movimento de mãos junto ao rosto (MMJR) no olho esquerdo (OE); fundoscopia com palidez discal temporal em AO e hiperemia nasal (OD). Neuroftalmologia: AV 20/200 (OD); Ishihara: não leu com AO; pupilas: isocóricas, reação direta à luz diminuída no OD e sem defeito pupilar aferente relativo; versões normais, sensibilidade táctil e vibratória diminuídas em dimidio direito e reflexos tendíneos aumentados à esquerda. Discutido com clínica médica e neurologia: sorologias negativas e ressonância magnética com sinais de neurite óptica e de desmielinização do centro-oval encefálico. Iniciada pulsoterapia de metilprednisolona e, diante da piora da AV (sem percepção luminosa), realizada plasmaférese por 5 dias. Evoluiu com melhora clínica e da AV (20/800), tendo alta com prednisona oral. Após 30 dias: AV de 20/25 (OD) e melhora clínica substancial. Tomografia de coerência ótica do disco óptico revelou redução na espessura da camada de fibras nervosas em quadrantes superior e temporal no OD.

Conclusão

Trata-se de uma doença inflamatória autoimune rara que afeta NO e medula espinhal. Classicamente tem ataques recorrentes, o prognóstico é ruim e a recuperação incompleta, com graves sequelas visuais e motoras. Esse caso foi admitido na urgência oftalmológica e teve desfecho surpreendente com significativa melhora da AV, sendo um exemplar da importância do oftalmologista como componente de uma equipe multidisciplinar para diagnóstico e condução.

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