Código
RC073
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Santos
Autores
- CANDICE LAGES SOARES TEIVE (Interesse Comercial: NÃO)
- DAVID GALDINO NETTO (Interesse Comercial: NÃO)
- ANTONIO GUSTAVO MAIA COIMBRA DE SOUSA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA EM PACIENTE COM OLHO ÚNICO: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever a avaliação clínica, propedêutica e o tratamento da endoftalmite.
Relato do Caso
E.S.S., 57 anos, com quadro de dor, secreção e edema em olho direito (OD) há 3 dias. Paciente acompanhado no setor de Glaucoma e Segmento Anterior da Santa Casa de Santos desde 2008, com história prévia de afacia bilateral por catarata congênita aos 2 anos, retinopexia em OD em 2002, phthisis bulbi em olho esquerdo (OE) em 2013 e ceratopatia bolhosa em OD sem indicação de transplante de córnea por nistagmo. Acuidade visual (AV) de última consulta há 3 meses de Conta Dedos a 30 centímetros em olho direito (OD) e ausência de percepção luminosa (PL) em OE. Em uso de Bimatoprosta, Tartarato de Brimonidina e Maleato de Timolol em OD, os quais interrompeu uso por conta própria ao início dos sintomas. Apresentava AV de PL com cores em OD e ausência de PL em OE, à biomicroscopia de OD exibia quemose, secreção mucopurulenta, melting corneano total e conjuntiva clara, depósitos corneanos calcificados difusos, afacia em OE. Ultrassonografia em modo B/a de OD evidenciava múltiplos ecos membranáceos e puntiformes em cavidade vítrea, afacia e retina aplicada. Foi coletado material para bacterioscopia e cultura e, posteriormente, submetido a injeção intravítrea com Ceftazidima, Vancomicina e Dexametasona. Permaneceu em regime de internação hospitalar por 14 dias em uso de Ceftazidima 2g de 8/8 horas e Amicacina 1g de 24/24 horas, bem como colírios fortificados de Vancomicina e Amicacina. Laudo de cultura de secreção ocular foi positivo para Pseudomonas aeruginosa. Recebeu alta com resolução completa do quadro apresentando AV de PL com cores.
Conclusão
O manejo da endoftalmite é sempre desafiador e seu prognóstico sombrio. A rápida avaliação da acuidade visual e do grau de comprometimento da infecção no olho afetado é fundamental pra definição da terapêutica. Observamos a importância da injeção intravítrea empírica precoce na manutenção funcional e da acuidade visual.