Código
RC105
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Serviço Oftalmológico de Pernambuco (SEOPE)
Autores
- CATARINA CAVALCANTI CALLOU DE LUCENA (Interesse Comercial: NÃO)
- THALLES WILSON SOUZA DOMINGOS (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIA ISABEL LYNCH (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA APOS MENINGITE CRIPTOCOCICA BILATERAL EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE : RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de neuropatia óptica bilateral associado a quadro de meningite criptocócica em paciente imunocompetente, atendido no Serviço Oftalmológico de Pernambuco (SEOPE), bem como realizar uma revisão bibliográfica sobre as alterações oculares secundárias do quadro, ressaltando a importância de um exame fundoscópico nesses pacientes.
Relato do Caso
Paciente 17 anos, branco, natural e procedente de Recife, estudante, apresentou baixa de acuidade visual (AV) em abril de 2016, acometendo ambos os olhos, com maior intensidade em OE. A diminuição visual teria acontecido durante internação em março de 2016. Na oportunidade foi internado no serviço de infectologia com quadro de cefaléia, febre e cervicalgia. Realizado LCR, evidenciou tinta da china positiva para criptococco. Foi descartado imunodeficiência adquirida e iniciado tratamento com anfotericina B desoxicolato por 27 dias. Foram realizados ainda dois LCR de controle, sendo o primeiro com 14 dias de evolução (positivo), e o segundo com 22 dias, negativo para criptococco. Após receber alta permaneceu com queixa de baixa da acuidade visual em ambos os olhos, sendo pior no olho esquerdo. Em setembro de 2017, compareceu para avaliação visual no SEOPE, queixa que persistia desde o internamento. AV corrigida: 20/20 parcial no OD e 20/70 no OE, motilidade ocular extrínseca e reflexos pupilares normais; biomicroscopia: sem alterações. Fundo de olho: normal em OD e palidez de papila em OE. A tomografia de coerência óptica de papila mostrou lesão de fibras nervosas em ambos os olhos.
Conclusão
A neuropatia óptica secundária a meningite criptocócica, principalmente pela variante gatti, é comum tanto no paciente imunossuprimido, como no imunocompetente. A fisiopatologia dessa complicação é multifatorial. O prognóstico está relacionado a intensidade da atrofia óptica. Portanto, a detecção precoce das alterações oculares através do exame fundoscópico, levando em consideração a sintomatologia, permite um melhor manuseio clínico sistêmico e ocular, reduzindo assim as sequelas visuais.