Código
RC085
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Fundação Altino Ventura (FAV), Recife, PE, Brasil
Autores
- ANALINE LINS DE MEDEIROS (Interesse Comercial: NÃO)
- Arthur Luis Alves Frazão de Carvalho (Interesse Comercial: NÃO)
- Vasco Bravo Filho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
Hipertensão ocular após Capsulotomia posterior por YAG laser: caso desafiador.
Objetivo
Relatar caso de hipertensão ocular após Capsulotomia posterior por YAG laser.
Relato do Caso
RLSSL, 67 anos, admitida na emergência oftalmológica com queixa de dor ocular à esquerda. Apresentava antecedente oftalmológico de Capsulotomia posterior com YAG laser há 2 dias em ambos os olhos e cirurgia de Catarata há 18 anos. Ao exame oftalmológico, acuidade visual corrigida era 20/20; biomicroscopia do olho direito sem alterações e, no esquerdo, conjuntiva hiperemiada com injeção ciliar, córnea com edema microcístico discreto, câmara anterior formada, reação de câmara anterior de 2+, presença de cogumelo vítreo em bordo pupilar temporal, pseudofacia com eixo visual livre; tonometria de aplanação de Goldmann OD 16 x OE 50 mmHg e fundoscopia sem alterações com relação E/D 0.3. Prescrito Manitol endovenoso 20%, 01 frasco-ampola, Simbrinza® colírio e acetazolamida 250mg 1 comp. de 6/6 horas e slow k, 1 comp. 2x/dia oralmente. Em acompanhamento por 7 dias, houve melhora da dor e PIO variou entre 18 e 50 mmHg. Para avaliar possível bloqueio pupilar, dilatou-se a pupila sem melhora da PIO, caso contrário far-se-ia iridotomia periférica a laser. Como mecanismo da hipertensão ocular era bloqueio mecânico do trabeculado e provável trabeculite pelo vítreo, optou-se por realizar vitrectomia posterior via pars plana e vitrectomia anterior. No pós-operatório, evoluiu com bom controle pressórico, com PIO máxima de 14 mmHg no olho operado, suspendendo colírios antiglaucomatosos. A biomicroscopia e fundoscopia apresentavam-se sem alterações e a acuidade visual se manteve 20/20.
Conclusão
A capsulotomia posterior é o tratamento de escolha para opacidade de cápsula posterior. O laser utilizado pode causar quebra na interface vítrea anterior e induz a prolapso vítreo na câmara anterior, cursando com bloqueio angular e trabeculite, elevando a pressão intraocular, além de poder trazer complicações como hemorragia de íris, edema macular cistoide e descolamento de retina.