Código
RC274
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Fundação Altino Ventura (FAV)
Autores
- ANDREY BATISTA DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- CECILIA MENELAU CAVALCANTI (Interesse Comercial: NÃO)
- LUISA DUTRA DE MEDEIROS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESCLERITE NECROTIZANTE POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA: RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente com quadro ocular de esclerite necrotizante secundária à infecção por pseudômonas, condição clínica rara e potencialmente grave.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 80 anos, admitida na Fundação Altino Ventura (FAV) com dor, hiperemia e prurido no olho esquerdo (OE), há um mês. À biomicroscopia anterior: conjuntiva hiperemiada em ambos os olhos (AO), porém, no OE, via-se área de melting escleral em região nasal, nodulação amarelada, avascular, nasal inferior medindo 1,8x 1,8mm e outra lesão nodular eritematosa nasal superior, injeção ciliar, além de reação de câmara anterior 2+/4+. À fundoscopia não apresentava alterações, exceto por escavação papilar de 0,7 em AO. Tonometria normal em AO. Com passado de cirurgia para exérese de pterígio e catarata em AO, considerou-se a hipótese de esclerite necrotizante por uso de mitomicina, sendo iniciado moxifloxacino colírio. Ao exame: aumento das lesões nasal inferior: 1,0x 4,5mm e a superior: 3,1x 3,6mm. Foi realizada coleta de material para cultura, modificada a terapia para colírios de ceftazidima e vancomicina e iniciado ciprofloxacino oral pela possibilidade de esclerite infecciosa. A cultura foi positiva para P. aeruginosa sensível a ciprofloxacino, foi mantido o antibiótico oral e modificado o colírio para ciprofloxacino, com melhora gradual das lesões. No entanto, após 60 dias, a paciente apresentava-se taquidispnéica, sudoreica, desorientada, as lesões esclerais voltaram a aumentar e uma nova área de melting foi vista inferiormente, sendo então internada em serviço de alta complexidade e iniciado ceftazidima venoso e ciprofloxacino pomada. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial, última consulta em 20/60 com lesões cicatrizadas.
Conclusão
A Esclerite Necrotizante é uma doença potencialmente grave, com complicações oculares e sistêmicas importantes, exigindo do oftamologista anamnese ampla e multidisciplinar para diagnóstico e tratamento precoces. A coleta de material para análise é importante pois agentes bacterianos e fúngicos podem causar esta condição.