Código
RC061
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- MARIANA DE CARVALHO BARBOSA (Interesse Comercial: NÃO)
- Anna Flávia Ribeiro Pereira (Interesse Comercial: NÃO)
- Juliana Furtado Álvares (Interesse Comercial: NÃO)
Título
REABORDAGEM CIRURGICA DE ESTRABISMO SECUNDARIO A PARALISIA DE VI PAR CRANIANO.
Objetivo
Apresentar abordagem cirúrgica utilizada em um caso de paralisia secundária do VI nervo craniano(NC).
Relato do Caso
Paciente de 22 anos, história de astrocitoma pilocítico e paralisia bilateral de VI NC. Submeteu-se a seis cirurgias para ressecção do tumor. Refere esotropia após a primeira neurocirurgia. Segundo o relatório de outro serviço, foi realizado recuo dos músculos retos mediais (RRMM) em outubro de 2012. No teste de Krimsky sem correção observou-se uma esotropia restritiva de grande ângulo (aproximadamente 90 dioptrias [D]) associado a um HT E/D de 4 D na visão para longe e para perto. No teste de versões, apresentou adução fixa.Decidiu-se pela reabordagem em dois tempos devido ao risco de isquemia do segmento anterior. No primeiro foi feito recuo dos RRMM a 16 mm do limbo no olho direito (OD) e a 15 mm do olho esquerdo (OE).Oito meses após foi realizada a ressecção máxima de reto lateral combinada com a técnica de Jensen no OD. Já no OE foi feita a transposição total dos músculos retos superiores e inferiores com reinserção lateral (técnica de Knapp modificada).Em ambos os olhos foi realizada a incisão no fórnix.
Conclusão
A cirurgia de transposição modifica a localização da inserção dos músculos de forma que os músculos desviem o olho em uma direção diferente. Porém, há sempre um risco maior de isquemia do segmento anterior pois os músculos retos verticais e mediais fornecem maior aporte sanguíneo para o segmento anterior que os retos laterais. Assim, optou-se pelo recuo dos RRMM primeiramente para depois serem abordados os demais músculos retos. Outro cuidado importante foi a incisão no fórnix, visando menor lesão dos vasos ciliares. O fato de ser uma reabordagem cirúrgica dificultou ainda mais o procedimento pela necessidade de debridamento do tecido cicatricial. Apesar da complexidade cirúrgica obtivemos um excelente resultado funcional e estético.