Código
RC099
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
- Secundaria: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- BARBARA GUIMARAES LISBOA LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- THAIS NASCIMENTO VIANA PENNA SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- MATHEUS MARQUES DE OLIVEIRA BRITO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENXAQUECA OFTALMOPLEGICA COM PARALISIA COMPLETA DE NERVO OCULOMOTOR – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de enxaqueca oftalmoplégica.
Relato do Caso
RSBS, 14 anos, sexo feminino, portadora de enxaqueca. Comparece ao pronto-atendimento do Hospital São Geraldo, no dia 29/03/2018 com quadro ocular de ptose palpebral e diplopia horizontal, vertical, havia sete dias. Constatou-se, ao exame físico, paralisia completa do n. oculomotor à direita, incluindo acometimento pupilar. Não houve queixa de alteração da acuidade visual. Associa início dos sintomas cinco dias após episódio de cefaléia hemicraniana latejante à direita, de início súbito, de forte intensidade, que irradiava para a região ocular ipslateral A crise teve duração de sete dias e foi acompanhada de náusea e fotofobia. Paciente relatou que, cinco anos antes, apresentou quadro ocular semelhante, associado à cefaleia hemicraniana latejante. Na ocasião, foi internada na Santa Casa-BH e submetida à investigação complementar sem evidência de anormalidade. Encaminhamos a paciente para o pronto-atendimento do Hospital das Clínicas, no dia 04/04/2018 onde foi internada pela equipe de neurologia para dar seguimento ao caso. Paciente submetida a ressonância magnética (RM) de crânio e AngioRM, nos quais não foram encontradas alterações. Recebeu alta hospitalar no dia 05/04/2018 sendo considerado provável diagnóstico de enxaqueca oftalmoplégica. Em seguimento ambulatorial, desde então, com melhora parcial do quadro de paresia do n. oculomotor a direita.
Conclusão
A enxaqueca oftalmoplégica (EO) é uma entidade muito rara, sua prevalência é estimada em 0,7 por milhão. Síndrome neurológica pouco conhecida, caracterizada por surtos recorrentes de cefaléia e oftalmoplegia, de predomínio no sexo masculino, cuja manifestação inicial geralmente ocorre na infância. A EO é definida segundo os critérios da International Headache Society (IHS)-2004 como: Crises recorrentes de cefaléia com características de enxaqueca associadas a paresia de um ou mais nervos oculares (comumente o III nervo), na ausência de outra lesão intracraniana demonstrável, exceto as alterações à RM do nervo acometido.