Código
RC058
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre
Autores
- THASSIA FERNANDA TADIOTTO (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIANA WAGNER DADA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELA FABIANA BORDABERRY (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESOTROPIA FIXA PROGRESSIVA ADQUIRIDA ASSOCIADA A ALTA MIOPIA E A IMPORTANCIA DAS NEUROIMAGENS NO DIAGNOSTICO CORRETO
Objetivo
Relatar a importância da ressonância nuclear magnética (RNM) para confirmação diagnóstica de esotropia fixa progressiva adquirida associada à alta miopia.
Relato do Caso
Paciente masculino de 46 anos, procurou nosso serviço com queixa de desvio progressivo convergente de olho direito desde 2012. História clínica: esotropia e hipotropia de olho direito associado à miopia maligna (-25.00D) e visão de luz. Olho esquerdo miopia de -5.50 e visão 20/20. Cirurgia prévia em outro serviço para correção da esotropia em 2014 (plano cirúrgico em olho direito: retrocesso reto medial: 5,5mm, resseção reto lateral: 8,0mm miectomia de oblíquo inferior). O desvio foi estimado pelo método de Krinsky. RNM de órbitas confirmou macroftalmia, deslocamento do músculo reto superior nasalmente e músculo reto lateral, inferiormente com inserção do reto medial modificada. Esotropia fixa progressiva adquirida ou esotropia maligna, ocorre em pacientes míopes (-6 dioptrias ou mais) com esotropia e hipototropia de grande ângulo. É causada pela conversão da função do músculo reto lateral de abdução para infradução e nasalização do reto superior, enfraquecendo sua função elevadora e transformando em adutora, levando assim à posição esotrópica e hipotrópica. Acredita-se que a condição ocorra secundária a um sistema de polia muscular luxada ou limitação mecânica de movimento muscular devido ao contato entre polo posterior protuberante e ápice orbital. Neuroimagens revelaram anormalidade nas trajetórias musculares do reto superior e do reto lateral associada a luxação superotemporal da porção posterior do globo alongado para fora do cone muscular.
Conclusão
Pacientes com alta miopia, especialmente com cirurgias prévias, devem ser estudados com RNM de órbitas para diagnóstico correto e futuro planejamento cirúrgico.