Sessão de Relato de Caso


Código

RC016

Área Técnica

Córnea

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Autores

  • LARISSA GUIMARAES DE ARAUJO (Interesse Comercial: NÃO)
  • Camila Melo Gadelha Pereira DINIZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • SILVIA CANDIDO PEREIRA ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

AFINAMENTO CORNEANO PROFUNDO DEVIDO A CONJUNTIVITE QUIMICA POR EXPOSIÇAO AO MEL DE ABELHA: RELATO DE CASO

Objetivo

O objetivo é relatar um caso de afinamento corneano profundo devido a exposição ao mel de abelha, com risco de perfuração de córnea.

Relato do Caso

LCCS, masculino, 15 anos, sem comorbidades ou alergias, deu entrada no setor de oftalmologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley/PB pelo serviço de emergência em Março 2018. Queixa-se de conjuntivite em olho esquerdo há 15 dias, com relato de introdução de mel de abelha no referido olho há 14 dias com piora do quadro, apresentando dor intensa e secreção em olho esquerdo. Ao exame oftalmológico apresentava na biomicroscopia OE edema palpebral 4/4+ com inúmeras papilas em conjuntiva tarsal superior e inferior, quemose 4/4+, hiperemia conjuntival 4/4+, presença de afinamento corneano profundo em região superior (das 10h as 2h) e inferior (das 5h as7h) e secreção purulenta em abundância. O restante do exame bastante prejudicado pelo quadro álgico do paciente e olho adelfo sem alterações. Foi diagnosticado com afinamento corneano secundário a conjuntivite química por mel devido a intensa quemose existente sobre a córnea. Iniciado colírios de Moxifloxacino 2/2h e Lubrificante sem conservantes 2/2h, além de Doxiciclina 200mg/dia, Prednisona 30mg/dia e vitamina C 1g/dia. Também foi aventado injeção de Triancinolona via subconjuntival, porém como não dispomos em nosso serviço, optamos por duas aplicações de 0,3ml de Dexametasona 4mg/ml via subconjuntival. Houve melhora importante do quadro, e o paciente segue em acompanhamento no serviço até resolução completa do quadro.

Conclusão

A conjuntivite tem evolução auto-limitada, sem grandes complicações majoritariamente. Nesse caso, observa-se a introdução do mel como potente agente tóxico e alérgico, acarretando uma intensa reação inflamatória produzindo quemose exuberante que ocasionou o afinamento corneano. O tratamento consiste em atenuar a inflamação, para diminuir o risco de perfuração da córnea na área do afinamento, lubrificação vigorosa e antimicrobiano. O caso merece vigilância para acompanhar possíveis distúrbios corneanos que possam surgir.

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