Código
RC092
Área Técnica
Lente de Contato
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)
Autores
- JONAS GUSTAVO TRINDADE DE ABREU (Interesse Comercial: NÃO)
- LUIZ FELIPE MIRANDA MENDES (Interesse Comercial: NÃO)
- THAIS PAES BARRETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
APRISIONAMENTO DE 12 LENTES DE CONTATO EM FORNICE OCULAR CAUSANDO CONUNTIVITE CRONICA MASCARADA:UM RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever caso clínico incomum onde uma paciente usuária de lente de contato gelatinosa (LCG) apresentou retenção de um total de 12 lentes nos fórnices superiores bilaterais,causando conjuntivite mucopurulenta recorrente por 2 anos.
Relato do Caso
NACB, 69 anos,usuária de LCG há 30 anos,foi atendida na urgência oftalmológica do IPSEMG em maio de 2015 com hiperemia,sensação de areia,presença de muco, quemose discreta, hiperemia e reação folicular em ambos os olhos (AO).Diagnosticada conjuntivite infecciosa e instituído tratamento com colírio associação.Desde então apresentou recorrência intermitente do quadro,sendo avaliada por diversos oftalmologistas.Foi solicitada cultura de secreção e antibiograma,demonstrando crescimento de Pseudomonas aeruginosa e iniciado tratamento com moxifloxacina oral e colírio fortificado de gentamicina e ceftazidina. Manteve quadro recidivante e aventada outras hipóteses.Entretanto, em outubro de 2017 durante a eversão palpebral,foram encontradas e retiradas dos fórnices conjuntivais superiores 2 LCG no olho direito e 10 LCG no olho esquerdo.Tratada com colírio moxifloxacino e orientada a suspender definitivamente o uso de LCG,sem recidivas desde então. Cultura das LCG resultou em crescimento de P. aeruginosa.
Conclusão
O deslocamento de LCG é uma causa comum de consultas em emergência oftalmológica.Quando não percebida ou não diagnosticada, pode ficar aprisionada no fórnice causando conjuntivite recorrente por corpo estranho, edema palpebral crônico, hemangioma e massa palpebral.As principais causas de conjuntivite crônica bilateral são infecção por clamídia, conjuntivite tóxica por medicação tópica e molusco contagioso. Durante a investigação da paciente descrita todas essas hipóteses foram aventadas e descartadas.O desfecho final do quadro nos ensina a importância de uma investigação minuciosa dos fórnices de pacientes com conjuntivite infecciosa recorrente, especialmente os usuários de lente de contato. O aprisionamento da lente pode ser de difícil detecção e passar desapercebido mesmo por oftalmologistas experientes.