Título

LESAO EM CRISTALINO E CAPSULA POSTERIOR POR EJEÇAO DE CANULA DURANTE INJEÇAO DE VISCOELASTICO EM FACOEMULSIFICAÇAO

Objetivo

Com este estudo, desejamos identificar uma rara complicação intra-operatória potencialmente não evitável e sugerir uma abordagem, através de um relato de caso.

Relato do Caso

PMC, masculino, 41a, chegou com diagnóstico prévio de catara em OD. Nega doenças crônicas, uso de medicamentos ou trauma ocular. Ao exame: acuidade visual (AV) em OD de PL e 0.00 logMAR em OE (sem correção). Biomicroscopia demostrou no OD catarata branca. Pressão intraocular (PIO) era de 18mmHg em AO. Oftalmoscopia era impraticável no OD e no OE única alteração era escavação 0,9x0,9. Foi solicitado USG de OD que evidenciou normalidade ao método. Solicitamos a faco com implante de LIO. O procedimento foi realizado em 03/2018 com anestesia tópica, incisão temporal, injeção de azul de tripano e utiilizado viscoelástico (visco) Zeiss Hyalcoat. Ao injetar o visco, houve o desprendimento total da cânula, que ejetada, provocou perfuração de alta energia no cristalino. Foi feita a capsulorrexe de maneira convencional (área de lesão na capsula anterior dentro do flap). A faco foi realizada com redução dos parâmetros. Houve ruptura de capsula posterior as 6h. Foi realizada abotoadura de uma lente dobrável de 3 peças, terminando a cirurgia sem outras intercorrências. Zypred 3/3h e Cetrolac 6/6h foram prescritos no pós op. No 1o dia de pós op., o paciente evoluiu com PIO de 36mmHg e AV em OD de 0,48 logMAR além de edema de córnea de 3+/4+. Foi prescrito então Diamox 250mg 6/6h e Glaub 12/12h. No quinto dia foi retirada a medicação antiglaucomatosa. Na revisão final, o paciente apresentava LIO centrada, PIO de 11mmHg e AV de 0.00 logMAR (0;–1,00;90).

Conclusão

Encontramos apenas um caso descrito de lesão direta do cristalino por ejeção de cânula durante injeção de visco (Inglaterra 2002). Ha pouca casuística desta rara e grave complicação, não havendo método preventivo conhecido.