Código
RC276
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Autores
- ANA LUIZA CORCINO MAIA (Interesse Comercial: NÃO)
- Luiza César Corrêa (Interesse Comercial: NÃO)
- Paula Veloso Avelar Ribeiro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HTLV – UM DIAGNOSTICO ETIOLOGICO POUCO LEMBRADO DE UVEITE INTERMEDIARIA
Objetivo
Relatar o caso de um paciente com parapaparesia progressiva em membros inferiores (MMII) há 36 anos, sem diagnóstico neurológico fechado, com quadro de uveíte intermediária e sorologia positiva para HTLV.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino, 66 anos, comparece à Clínica de Olhos da SCBH com queixa de baixa de visão em olho esquerdo (OE) há 7 dias, sem outros sintomas associados. História de Facectomia com implante de LIO em OE e catarata em olho direito (OD). Relata que há 36 anos iniciou quadro de dimiuição progressiva de força muscular em MMII, espasticidade e incontinência urinária, cadeirante há 7 anos, diagnosticado com mielite pela neurologia, sem causa específica. À biomicroscopia apresentava em OE, PKs finos pigmentados, RCA 2+/4+, pseudofacia e celularidade vítrea. Em OD, PKs finos pigmentados e catarata subcapsular posterior. Na fundoscopia do OE havia vitreíte, snow balls, discos, máculas e arcadas de difícil definição. Em OD apresentava fundo de olho inocente. A acuidade visual corrigida era 0,4/0,2 e a tonometria era 12/19 mmHg. A AGF evidenciava extravasamento no disco e vasculite. Nos exames complementares apresentava PCR, VHS, VDRL, anti-HIV 1 e 2, FAN, FR, TSH, ECA, T4 livre, Ca urinário e sérico, PPD e Radiografia de tórax dentro dos limites da normalidade. No hemagrama havia plaquetopenia e leucopenia, FTA-Abs e sorologia de HTLV I/II reagentes. Com diagnóstico de uveíte intermediária por HTLV, foi iniciado Prednisona 60 mg/dia com redução a cada 3 semanas. Ao fim do tratamento, apresentava remissão do quadro inflamatório e acuidade visual final em OE de 1,0. No momento, se encontra em acompanhamento com a infectologia.
Conclusão
Realizar uma abordagem sistêmica, com atenção à história patológica pregressa, às alterações no exame físico geral e nos exames laboratoriais é de fundamental importância em pacientes com quadro de uveíte, para que possamos nos desprender das viciosas causas “idiopáticas” e possibilitar que o paciente seja tratado de forma sistêmica por uma equipe multidisciplinar.