Sessão de Relato de Caso


Código

RC187

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital das Forças Armadas

Autores

  • DAYANNE ANGÉLICA DUARTE (Interesse Comercial: NÃO)
  • Andrea   de Moura   Gomes (Interesse Comercial: NÃO)
  • Alexsandro Pereira Duarte (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Diagnóstico de anemia falciforme após exame oftalmológico em paciente com dor crônica diagnosticada como fibromialgia.

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente com crises álgicas recorrentes em tratamento para fibromialgia há vários anos, cuja fundoscopia revelou alterações sugestivas de retinopatia falciforme.

Relato do Caso

Paciente K.M.S.F 26 anos, relata trauma contuso com varão de cortina no olho direito seguido de diminuição da acuidade visual ipsilateral. Afirmava estar em tratamento para crises álgicas frequentes em todo o corpo devido a fibromialgia diagnosticada há 5 anos. O exame do olho direito (OD) revelou acuidade visual corrigida de 20/30, pressão intraocular 10mmHg, segmento anterior sem alterações. Na fundoscopia sob midríase apresentava rotura de coroide inferior ao nervo óptico e isquemia na retina temporal periférica com neovasos e hemorragias subjacentes. Olho esquerdo sem alterações. A tomografia de coerência óptica de nervo e mácula apresentava-se normal bilateralmente. A angiofluoresceinografia demonstrou áreas de hiperfluorescência por extravasamento do contraste, com aspecto de “sea fan” na periferia temporal da retina e rotura de coroide inferior à papila em OD (figura 1). A eletroforese de hemoglobina revelou hemoglobinopatia SC. A paciente recebeu laserterapia na área isquêmica da retina.

Conclusão

Retinopatia falciforme (RF) é desencadeada pela vaso-oclusão da microvasculatura ocular por alteração na hemoglobina, na anemia falciforme¹. Na RF pode haver sinais ligados a oclusão vascular como hemorragias, isquemia e neovascularizações². O genótipo SC apresenta poucas alterações sistêmicas mas geralmente cursa com manifestações retinianas mais severas, com maior risco de desenvolver o estágio proliferativo³. A região temporal periférica da retina é a mais suscetível aos efeitos vaso-oclusivos devido sua arquitetura mais fina³. A fotocoagulação tem sido o método mais utilizado para tratamento de RF proliferativa⁴. Nesse caso o que chama atenção é o diagnóstico tardio de anemia falciforme e a importância que tem um exame oftalmológico bem feito para o diagnóstico de doenças, inclusive sistêmicas.

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