Código
RC222
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do ABC
Autores
- MARINA PAULINO GRACIA (Interesse Comercial: NÃO)
- PRISCILA ALVES NASCIMENTO HESS (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIO ZAKI ABUCHAM NETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OCLUSAO RAMO VEIA CENTRAL DA RETINA CONCOMITANTE COM BURACO MACULAR APOS TRAUMA OCULAR CONTUSO
Objetivo
Relatar um caso de oclusão de ramo de veia central da retina associado a buraco macular após trauma ocular contuso
Relato do Caso
JDS, masculino, 66 anos encaminhado ao setor de retina com queixa de baixa de acuidade em olho direito (OD) imediatamente após trauma contuso com barra de ferro. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual em OD de CD 1,5m e olho esquerdo (OE) 20/32. Á fundoscopia de OD evidenciou-se oclusão de ramo temporal superior de veia central da retina associada a edema macular, sem alterações em OE. Como conduta foram indicadas 03 injeções de anti-VEGF OD. No retorno após primeira injeção, a acuidade visual melhorou para 20/400 em OD . Á fundoscopia, evidenciou-se buraco macular (BM) de espessura total, confirmado pela Tomografia de coerência óptica (OCT) . Neste momento optou-se pela suspensão das injeções e conduta expectante. Após 1 mês de seguimento, foi observado no OCT crescimento do BM apresentando em seu diâmetro horizontal 1048 µm e vertical 655 µm, formação de cistos degenerativos e infiltração subrretiniana progressiva pelas bordas do buraco, sendo indicada Vitrectomia via pars plana e Gás. No pós operatório de dois meses, foi atingida acuidade visual de 20/200 e reestruturação da arquitetura macular evidenciada pelo OCT.
Conclusão
No caso descrito, existiu a associação entre o buraco macular traumático e a oclusão venosa traumática. Não foi encontrado na literatura nenhum caso onde houvesse concomitância entre ambas. Em vigência destes dois achados, faz-se pensar em um mecanismo em comum para eles. De acordo com o estudo de Jhonson at al. [1], a diminuição abrupta do diâmetro ântero-posterior do globo ocular com consequente alargamento no seu diâmetro equatorial leva a formação do buraco macular. Ao mesmo tempo, pode levar a um alargamento dos leitos vasculares gerando lesão endotelial e em particular da túnica íntima, predispondo a formação de trombos e consequentemente oclusão vascular.[2] Portanto, pode-se concluir que ambas as alterações foram possivelmente geradas pelo mesmo mecanismo traumático.