Código
RC228
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro de Estudos e Pesquisa Oculistas Associados (CEPOA)
Autores
- CAROLINE ALENCAR DE ALMEIDA RAMOS (Interesse Comercial: NÃO)
- FRANCISCO ASSIS DE ANDRADE (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANNA PROVENZANO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: ALTERAÇOES NA TOMOGRAFIA DE COERENCIA OPTICA E ELETRORRETINOGRAMA NA DETECÇAO DA INTOXICAÇAO MACULAR POR HIDROXICLOROQUINA
Objetivo
Relatar efeitos retinotoxicos centrais causados pelo sulfato de hidroxicloroquina (Reuquinol), através da tomografia de coerência óptica (TCO) de terceira geração e eletrorretinograma em paciente do sexo feminino que apresentava doença reumatológica grave. A Tomografia de coerência óptica (TCO) é um dos métodos mais utilizados e mais sensíveis para a detecção da intoxicação pela hidroxicloroquina. O eletrorretinograma auxilia em casos precoces e limítrofes onde existem anormalidades na visão central dos pacientes.
Relato do Caso
Trata-se de uma paciente do sexo feminino, 66 anos, 58 Kg, em uso de hidroxicloroquina há 30 anos para o tratamento de lúpus eritematoso sistêmico , dose diária menor que 6,5 mg/kg/dia, atendida nos Oculistas Associados do Rio de Janeiro para avaliação macular. Mesmo com uma dose considerada segura e achados oftalmoscópicos dentro da normalidade, a paciente apresentou dados tomográficos de toxicidade retiniana associadas a alterações de campo visual e eletrorretinograma. A TCO apresentava em ambos os olhos diminuição no mapa de espessura retiniana na região para foveal a nível da camada de células ganglionares e plexiforme interna, também era evidente perdas e alterações do epitélio pigmentar da retina para foveal e da zona IS/OS/elipsoide com padrão para foveal em espiral no aspecto de "disco voador". No eletrorretinograma apresentava anormalidades compatíveis com perdas na visão central. A paciente teve então a droga suspensa e vem sendo acompanhada periodicamente. Em acompanhamento demonstrado até 2017 não houve evidencias evolução da maculopatia.
Conclusão
A identificação de achados iniciais da intoxicação macular pela hidroxicloroquina são cruciais uma vez que a toxicidade da droga pode levar a danos irreversíveis mesmo com a descontinuidade da medicação. Exame oftalmológico de rotina associado a exames multimodais são de suma importância e vêm sendo cada vez mais utilizados para o acompanhamento e detecção precoces da maculopatia causada pela hidroxicloroquina.