Código
RC221
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Autores
- JOHN CHII TYNG CHAO (Interesse Comercial: NÃO)
- GILVAN VILARINHO DA SILVA FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- JOSÉ RICARDO DE ABREU REGGI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OCLUSAO DE RAMOS DA ARTERIA CENTRAL DA RETINA (ACR) APOS ENDARTERECTOMIA DE ARTERIA CAROTIDA COMUM DIREITA (ACCD)
Objetivo
A oclusão da ACR comumente ocorre devido à doença aterosclerótica da carótida e doenças sistêmicas inflamatórias. Procedimentos invasivos como endarterectomia são considerados causas raras. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de oclusão de múltiplos ramos da artéria central da retina após endarterectomia de ACCD.
Relato do Caso
Masculino, 67 anos, deu entrada no pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo com quadro súbito de apraxia, alexia e desorientação temporoespacial. Antecedentes: etilismo crônico, ex-tabagismo (40 anos/maço) e sífilis (tratada há 40 anos). Na investigação complementar, US Doppler evidenciou obstrução de 70-99% da artéria carótida interna direita (ACID). O paciente foi, então, submetido à endarterectomia da ACCD com ligadura da ACID pelo serviço de cirurgia vascular. Após a cirurgia, o paciente referiu baixa de acuidade visual (AV) súbita em OD. Ao exame oftalmológico, paciente apresentava AV de movimentos de mãos em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE), além de reflexos fotomotor direto e consensual ausentes no OD e pupila de Marcus Gunn à direita. No mapeamento de retina (MR) do OD, evidenciou-se mácula em cereja, região perifoveal pálida (exceto por porção temporal superior) e placas de Hollenhorst em ramos peripapilares das arcadas temporal inferior e nasal inferior com desaparecimento dos vasos a partir da porção adjacente às placas. O MR do OE não evidenciou alterações. Paciente foi submetido à massagem ocular, timolol 0,5% 12/12h, brimonidina 0,2% 12/12h, dorzolamida 2% 12/12h e posição supina, porém não houve melhora da AV.
Conclusão
Procedimentos intravasculares podem causar mobilização de êmbolos de placas de ateroma, tendo que ser considerados no diagnóstico de causa de BAV no pós-operatório imediato. Para melhorar o prognóstico visual, o diagnóstico e medidas terapêuticas precoces se fazem necessárias. Mesmo assim, na grande maioria dos casos, o paciente não recupera sua AV inicial.