Código
RC282
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Autores
- AMANDA FROTA LACERDA MORAIS (Interesse Comercial: NÃO)
- Carlos Eduardo Messinger Salomão (Interesse Comercial: NÃO)
- Gabriella Bretas Vasconcelos Soares (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINITE TIPICA POR BARTONELLA HENSELAE: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de doença da arranhadura do gato cursando com neurorretinite e white dot retiniano além de epidemiologia presente e demonstrando a sua evolução.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 37 anos, procedente de Betim – MG, foi atendida no setor de urgência oftalmológica da Santa Casa de Belo Horizonte em 01/11/2017. Relatava baixa acuidade visual em olho esquerdo há 10 dias sem outros sintomas associados. Negava comorbidades, uso de medicação ou alergias. História de convívio íntimo com gato em sua residência. Ao exame: acuidade visual com correção (AV C/C) 20/20 em olho direito (OD), 20/40 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia apresentava olhos calmos, córneas claras e ausência de reação de câmara anterior. Fundoscopia: OD: Sem alterações. OE: Papilite com estrela macular, áreas de hemorragia em chama de vela, exsudatos algodonosos em disco óptico e exsudatos duros na mácula. Presença, ainda, de white dot inferior à macula. Foram solicitados exames de sangue, os quais apresentaram imunofluorescência positiva para bartonella henselae ( IgG 1:400; IgM 1:20). Iniciado Doxiciclina 100 mg de 12/12 horas. Um mês após, observou-se melhora da AV C/C em OE para 20/20 e desaparecimento do white dot. Evoluiu concomitantemente com redução progressiva da papilite e da estrela macular.
Conclusão
A doença da arranhadura do gato é causada pela Bartonella henselae, bastonete Gram-negativo cuja transmissão ocorre através de arranhões ou mordidas do gato infectado. O envolvimento ocular da doença ocorre em cerca de 5 a 10 % dos casos, sendo uma das formas mais clássicas a neurorretinite. White dots (pontos brancos retinianos) favorecem essa etiologia. O quadro clínico normalmente se resolve espontaneamente. No entanto, a doença pode deixar sequelas que comprometam a qualidade de visão do paciente. O uso de antibióticos sistêmicos parece diminuir o tempo de evolução, sendo cada vez mais preconizado.