Código
RC220
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Limeira
Autores
- WILSON ROBERTO CAMPOS FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- POLYANA QUEIROZ ALVARENGA (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL RAMOS CAIADO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OCLUSAO DA ARTERIA CENTRAL DA RETINA COM ARTERIA CILIORRETINIANA PATENTE: RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar um caso de oclusão da artéria central da retina com artéria ciliorretiniana patente.
Relato do Caso
S.M.P.C, feminino, 46 anos, é diabética, hipertensa e tabagista, procurou o pronto socorro oftalmológico com baixa acuidade visual súbita e indolor do olho direito (OD) há 1 dia. Ao exame: acuidade visual (AV c/c): OD: 0,05 e olho esquerdo (OE): 1,0. Biomicroscopia: sem alterações em ambos os olhos (AO). Pressão intraocular: 12 mmHg AO. Fundoscopia: OD: com palidez retiniana extensa preservando feixe papilo-macular e estreitamento arteriolar; OE: sem alterações. Realizado campimetria computadorizada 24-2 que revelou ilha central preservada (Fig.1) e retinografia que confirmou palidez retiniana extensa preservando feixe papilo-macular e estreitamento arteriolar (Fig.2). Paciente foi encaminhada para avaliação clínica. Após 10 meses de evolução, paciente encontra-se em seguimento oftalmológico apresentando AV c/c: OD: 0,8 e OE: 1,0, com estreitamento arteriolar mais evidente.
Conclusão
A oclusão da artéria central da retina (OACR) tipicamente acarreta uma perda súbita, indolor e grave da visão. Contudo, se o paciente possui uma artéria ciliorretiniana patente, que é o caso do presente relato de caso, há um suprimento da mácula e do feixe papilomacular. Nesse cenário, é possível que a visão central seja mantida. A artéria ciliorretiniana aparece em cerca de 20% da população. O diagnóstico do OACR é clínico, visibilizando-se uma palidez retiniana e mácula com coloração vermelho-cereja. Na presença da artéria ciliorretiniana patente, parte da mácula e do feixe papilomacular permanecem com a coloração normal. Em duas a seis semanas, a aparência esbranquiçada da retina desaparece, o que dificulta o diagnóstico tardio. A abordagem para esses casos pode ser experimentados nas primeiras horas do quadro, embora seu benefício seja limitado. A ocorrência de OACR evidencia a importância de uma avaliação sistêmica minuciosa para identificação exata da sua etiologia, possibilitando o acompanhamento do paciente e prevenção de eventos tromboembólicos futuros.