Código
RC200
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: UFES
Autores
- CAROLINE OLIVEIRA BRETAS (Interesse Comercial: NÃO)
- FABIO PETERSEN SARAIVA (Interesse Comercial: NÃO)
- ANDREIA NOVELLI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EXUBERANTE APRESENTAÇAO DE ANGEITE DE VASOS CONGELADOS BILATERAL EM DOENÇA LUPICA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um quadro raro de angeíte de vasos congelados, exuberante e bilateral, como uma das manifestações iniciais de um caso de lupus em uma adolescente.
Relato do Caso
Feminina, 13 anos, internada com história de febre alta com sintomas inespecíficos há 20 dias. Fez uso ambulatorial de ciprofloxacino e azitromicina sem resposta. À admissão, apresentava hemograma com pancitopenia e mielograma normal. Ecografia de abdome e ecocardiograma com alterações sugestivas de serosite. Iniciou tratamento com ceftriaxona e após 5 dias de internação, acordou com cefaleia, vômitos e queixa de redução profunda da acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO). Realizada punção lombar com líquor turvo e solicitado parecer oftalmológico, que evidenciou: AV de vultos AO e fundoscopia com exsudatos, hemorragias difusas e embainhamento vascular comprometendo a totalidade da retina –quadro de angeíte de vasos congelados em AO (feito registro das imagens). Após resultado do FAN, com padrão nuclear homogêneo em diluição de 1/640, fechado diagnóstico de lúpus. Recebeu imunoglobulina intravenosa por 2 dias e pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida por 3 dias. O líquor positivou para Stafilococcus aureus, e o tratamento instituído com vancomicina, para o quadro de meningite, foi realizado. Teve alta após 21 dias de internação em uso de prednisona 40mg/dia. Realizado estudo multimodal da retina após 2 meses da internação, com observação de atrofia foveal holorretiniana bilateral e importante afinamento da retina interna em olho esquerdo temporalmente. Após 4 meses, apresentava AV corrigida de 20/50 (OD) e 20/200 (OS); biomicroscopia sem alterações; fundoscopia com disco óptico pouco pálido, vasos preservados e sem hemorragias, mácula seca, retina com coloração heterogênea e vítreo transparente.
Conclusão
A angeíte de vasos congelados é extremamente grave e rara. Sua grande variedade de causas abrange doenças autoimunes e infecciosas. Descrevemos um quadro singular de comprometimento retiniano binocular e total em uma adolescente com abertura de doença lúpica.