Código
RC113
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Oftalmologia Tadeu Cvintal
Autores
- DEBORA FERNANDES BIAZIM (Interesse Comercial: NÃO)
- Wagner Ghirelli (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOSE PIGMENTAR SETORIAL ASSOCIADA A NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA NAO ARTERITICA
Objetivo
A retinose pigmentar setorial (RPS) tem como característica a perda visual progressiva, suscitando hipóteses diagnósticas concomitantes quando a mesma se instala subitamente. Neste relato, há a associação desta afecção e neuropatia óptica isquêmica não arterítica (NOIA-NA), com o objetivo da descrição inédita dessas patologias em conjunto e de instigar um olhar abrangente em diagnósticos secundários, se porventura uma enfermidade não englobar todas propriedades nosológicas de um caso.
Relato do Caso
Paciente mulher, 39 anos, branca, advogada, apresentou-se com queixa de perda de visão central indolor repentina há 2 dias em olho esquerdo. Antecedentes oculares: miopia; sistêmicos: migrânea. Medicações em uso: uso de anticonceptivo oral. Histórico familiar negativo.Ao exame: acuidade visual (AV) em olho direito (OD): 20/25 e em olho esquerdo (OE): CD (conta dedos), sob refração -6,00 graus esféricos em ambos olhos (AO). Defeito pupilar aferente leve em OE. Sem alterações signifcativas à ectoscopia e biomicroscopia anterior. Tonometria normal. Fundoscopia: papilas levemente pálidas, perda dos bordos nítidos à esquerda, atenuação vascular e deposição de pigmentos inferiores (AO). Como conduta, foram solicitados os exames laboratoriais (dentro da normalidade) e exames oftalmológicos: campo visual de OE apresentando defeito altitudinal superior e escotoma central, angiofluoresceína de OE com retardo coroidal peripapilar em fase inicial e extravasamento tardio peridiscal.
Conclusão
Na literatura, estrearam-se os registros de RPS como achados ocasionais em exame refracional, devido à manutenção da acuidade visual ou perda tênue de visão. Na fundoscopia, foram descritas atenuação vascular combinada à deposição de pigmentos, alterações análogas vistas no caso. Como o diagnóstico inicial não contemplou todos os estigmas da paciente, investigou-se uma etiologia secundária, e em virtude das variações anatomofuncionais peripapilares correspondentes em anamnese, exames clínico e complementar , somou-se a NOIA-NA como o outro integrante do quadro nosológico final deste relato.