Sessão de Relato de Caso


Código

RC270

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)

Autores

  • LIVIA LOURENCO DO CARMO (Interesse Comercial: NÃO)
  • EDWARD TONELLI JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
  • ANDRÉ AGUIAR OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ENDOFTALMITE FUNGICA ENDOGENA PRESUMIDA

Objetivo

Relatar caso de endoftalmite fúngica presumida.

Relato do Caso

Feminino, 57 anos, internada para investigação de dor costocondral. Apresentava uveíte em OE, de evolução insidiosa e sem etiologia estabelecida, diagnosticada um mês antes em outro serviço. Queixava-se de BAV progressiva, dor ocular e fotofobia em OE. Ao exame a AV era 20/20 em OD e conta dedos em OE. Biomicroscopia de OE com preciptados ceráticos finos, 1+/4+ células na câmara anterior e flare 2+/4+. PIO: 8 mmHg AO. À fundoscopia, em meio à intensa vitreíte, havia flocos arredondados e brancacentos de condensação vítrea interligados por traves, insinuando imagem de “colar de pérolas” e papilite acentuada. A retina estava aparentemente aplicada e sem lesões. OD sem alterações. Presumido o diagnóstico de endoftalmite fúngica, foi iniciado tratamento com midriático, corticoide tópico em redução, fluconazol IV, vitrectomia posterior via pars plana e injeção intravítrea de anfotericina B. Propedêutica de uveíte revelou CMV IgM – IgG + e toxoplasmose IgM – IgG +, sem outras alterações dignas de nota. Culturas de sangue, urina, vítreo e material obtido por biópsia de tecidos moles e ósseo no local da referida dor costocondral não identificaram nenhum agente etiológico. A paciente relatava histórico de litíase renal e ITU com uso de cateter duplo J nos últimos 6 meses. Evoluiu com melhora marcante da vitreíte e da papilite, com a AV chegando a 0,6 após 3 meses de tratamento. Houve também diminuição da dor costocondral, tendo sido presumido diagnóstico de osteomielite fúngica pela equipe de ortopedia.

Conclusão

A apresentação clínica de uma uveíte insidiosa e a visualização da imagem em “colar de pérolas” nos permitiu presumir o diagnóstico de endoftalmite fúngica, apesar das culturas realizadas falharem em isolar o agente etiológico. A melhora clínica da uveíte e da dor costocondral com o tratamento proposto reforçaram a suspeita clínica.

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