Título

LIPAEMIA RETINALIS- RELATO DE CASO

Objetivo

Descrever o caso de uma paciente de meia idade, sexo feminino, com lipaemia retinalis, uma manifestação ocular incomum da hipertrigliceridemia.

Relato do Caso

Paciente feminino, 39 anos, branca, deu entrada no ambulatório do Centro Oftálmico Tarcízio Dias-CENOFT queixando-se de embaçamento visual há 3 meses. Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual com correção de 20/25 e 20/20, biomicroscopia e pressão intraocular normais e fundoscopia com vasos retinianos opalescentes. A paciente possui antecedentes pessoal e familiar de hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia, sem uso de medicamentos. Exames solicitados alterados: triglicérides (1524 mg/dl), colesterol total (1054mg/dl), LDL (150mg/dl), HDL (18mg/dl), mapeamento de retina e retinografia simples demonstrando opalescência de vasos. Paciente foi tratada com fibrato e estatina, apresentando após o tratamento uma normalização dos níveis lipídicos (triglicérides 157 e colesterol 210). Com isso, houve redução das alterações características. A paciente permanece em seguimento nesse serviço, com bom controle dos níveis lipídicos.

Conclusão

A lipaemia retinalis é uma manifestação ocular da hipertrigliceridemia, caracterizada por lesões vasculares hiperlipidêmicas na retina com vasos opalescentes, infiltração lipídica e diminuição da acuidade visual. O tratamento da dislipidemia na fase inicial pode normalizar as alterações fundoscópicas da lipaemia retinalis e restaurar a acuidade visual. Fica evidente, portanto, a necessidade em realizar a fundoscopia em pacientes com dislipidemia, inclusive naqueles sem queixas visuais, visto que na persistência da lipemia retinalis pode haver acúmulo irreversível de lipídeos associado à perda da visão.