Sessão de Relato de Caso


Código

RC181

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas

Autores

  • FRANCISCO HIGOR RIBEIRO RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)
  • ERIKA P. MAGALHÃES DINIZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • JIVAGO NASCIMENTO QUEIROZ (Interesse Comercial: NÃO)

Título

CISTO RETINIANO SECUNDARIO A DOENÇA DE COATS EM MULHER ADULTA JOVEM

Objetivo

Relatar um caso atípico de um grande cisto retiniano na Doença de Coats.

Relato do Caso

Feminina, 23 anos, assintomática, em exame de rotina diagnosticada com descolamento de retina por Doença de Coats(DC) e referida para avaliação. Apresentava retinografias prévias sem alterações detectáveis no polo posterior. Acuidade visual de 20/20 (-5,0 dioptrias) em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia sem alterações e tonometria de 12mmHg AO. Oftalmoscopia Binocular normal no olho direito. No olho esquerdo havia telangiectasias retinianas com exsudação e exuberante lesão bolhosa, cística na periferia retiniana inferior. Realizada avaliação multimodal com o Spectralis®. Angiofluoresceinografia(AGF) com lente de grande ângulo demonstrou isquemia retiniana, telangiectasias, exsudação e grande cisto retiniano na periferia inferior. OCT demonstrou lesão cística intrarretiniana.

Conclusão

A DC é idiopática, caracterizada por telangiectasias e aneurismas retinianos com exsudação intra e sub-retiniana. Mais frequente no sexo masculino e de apresentação unilateral em torno de 80% dos casos. O diagnóstico é realizado antes dos 10 anos de idade em cerca de 2/3 dos casos com baixa visual, estrabismo e leucocoria. Outras alterações típicas são exsudatos lipídicos sub-retinianos, telangiectasias, aumento de tortuosidade vascular, dilatações aneurismáticas, isquemia e, ocasionalmente neovascularização. Macrocistos hemorrágicos retinianos são raros. Entretanto, neste caso, o macrocisto não era hemorrágico, sendo de conteúdo translúcido. Destaca-se a idade tardia do diagnóstico e ausência de alterações vasculares observadas em exames prévios. Acredita-se que os macrocistos ocorram devido a coalescência de espaços microcisticos na retina descolada cronicamente. Na DC o diagnóstico é essencialmente clínico e corroborado pelos achados da AGF. Nosso caso não se enquadra no perfil epidemiológico usual, valorizando os aspectos clínicos como fundamentais para o diagnóstico.

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