Código
RC002
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Franciscana
Autores
- ALVARO GARCIA ROSSI (Interesse Comercial: NÃO)
- MÁRCIA ABELIN VARGAS (Interesse Comercial: NÃO)
- HENRIQUE DILLY ROSSI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CATARATA POS-OXIGENIOTERAPIA HIPERBARICA (OHB) - RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de formação de catarata após o tratamento com OHB.
Relato do Caso
J.D.M, 63 anos, masculino, pardo relata acidente automobilístico (motocicleta) há 5 anos que resultou em osteomielite em terço distal de perna esquerda de difícil resolução. Nós últimos meses encontrava-se em tratamento de OHB (aproximadamente 140 sessões) e referia diminuição da acuidade visual (AV) progressiva. Ao exame oftalmológico, observava-se AV de 20/200SC em OD e 20/150SC em OE que melhorava com correção óptica (miopia) para 20/25 em ambos os olhos. A biomicroscopia observa-se aumento da densidade nuclear cristaliniana bilateral. Demais exame sem particularidade. Foi sugerido o uso de correção óptica e orientado ao paciente para retornar em 6 meses para reavaliação. Após 6 meses, o mesmo referia piora da AV e apresentava AV de 20/200 em ambos os olhos que já não melhorava tanto com a correção óptica e o restante do exame permanecia inalterado, sendo diagnosticado catarata nuclear bilateral.
Conclusão
A oxigenioterapia hiperbárica tem sido largamente utilizada para tratar diversas desordens, mas principalmente feridas de difícil cicatrização em diabéticos ou em outros casos, como neste caso em uma osteomielite. Os efeitos colaterais oculares do OHB incluem blefaroespasmo, diminuição da AV e alterações de campo visual, sendo estes geralmente transitórios e desaparecendo em 6 meses após o tratamento. O efeito cataratogênico da OHB só começou a ser descrito em 1984. A maioria dos pacientes que utilizam a OHB acabam por desenvolver uma baixa da AV por uma miopia transitória, mas o aparecimento de catarata já é mais raro.Uma terapia mais prolongada com várias sessões e por vários meses pode acarretar seqüelas irreversíveis, como foi o caso deste paciente. Assim sendo, todo paciente que vai se submeter a OHB, deveria se submeter a um exame oftalmológico antes e ser informado dos possíveis efeitos da terapia prolongada que podem ser irrevesíveis.