Código
RC020
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Autores
- MATEUS MARTINS CORTEZ VILAR (Interesse Comercial: NÃO)
- LAIS YUMI SAKANO (Interesse Comercial: NÃO)
- SERGIO FELBERG (Interesse Comercial: NÃO)
Título
COLÍRIO DE PRP USADO EM PACIENTE COM ULCERA NEUROTRÓFICA PÓS HERPES
Objetivo
O objetivo desse relato de caso é mostrar a eficácia do uso de hemoderivados como o colírio de plasma enriquecido em plaquetas (E-PRP) em um paciente com ulcera neutrófica refratária ao tratamento inicial.
Relato do Caso
Paciente J.R.S., masculino, 68 anos, deu entrada no pronto socorro de oftalmologia com queixa de dor e hiperemia ocular em olho direito (OD) há 5 dias. Em uso de: sulfassalazina, NaCl 5% colírio 4/4h no olho esquerdo (OE), colírio lubrificante 3/3h em ambos os olhos (AO), relata quadros recorrentes de ceratite herpética AO; falência de transplante de córnea óptico penetrante no OE em 2015 Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual Movimento de Mãos em AO sem correção, no OD apresentava hiperemia conjuntival 4+, lesão de 6mm(H)x1mm(V), corava em sua dimensão total com fluoresceína, bordas elevadas, afinamento 50%, infiltrado perilesional, neovasos nasais superior e inferior com abolição da sensibilidade corneana. Foi então colhido material para cultura, prescrito doxiciclina 200mg/dia, aciclovir 2g/dia por 2 semanas (dose profilática após), cefazolina e gentamicina Fortificada colírios de 1/1h. Após 20 dias sem melhora significativa do quadro com as mesmas medicações, tentou-se realizar uma tarsorrafia temporária no OD com cianoacrilato, mas sem sucesso. Então, foi optado pela prescrição de E-PRP a cada 3 horas. No 3º dia de uso, o paciente referia melhora da dor ocular, AV estava mantida, biomicroscopia a lesão corneal havia reduzido em dimensão (corava 2x1mm), mas apresentava afinamento de 80% na região central. No 7º dia, houve redução do afinamento para 20% e o epitélio estava íntegro
Conclusão
O E-PRP está cada vez mais presente na terapêutica de desordens da superfície ocular, principalmente na síndrome do olho seco, e nas úlceras. O caso clínico apresentado ilustra o seu uso como opção muito eficiente em quadro refratário a demais modalidades terapêuticas na úlcera neurotrófica. Assim, vale ressaltar a sua eficácia e a perspectiva positiva do seu uso no tratamento oftalmológico de doenças da superfície ocular.