Sessão de Relato de Caso


Código

RC166

Área Técnica

Propedêutica

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Autores

  • RAFAEL DAVID VARGAS (Interesse Comercial: NÃO)
  • Isabela Gonçalves Siqueira (Interesse Comercial: NÃO)
  • Rafaella Calvano Sanches (Interesse Comercial: NÃO)

Título

TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA DE DOMÍNIO ESPECTRAL COMO CHAVE PARA O DIAGNOSTICO DA DOENÇA OCULAR SIFILÍTICA

Objetivo

Relatar um caso de neurossífilis com acometimento ocular atendido na Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte, com ênfase no exame oftalmológico e alterações presentes a tomografia de coerência óptica (OCT).

Relato do Caso

AFM, masculino, 32 anos, hígido, atendido em março de 2018 relatando redução da acuidade visual em olho direito (OD) há 2 dias. Nega patologias oculares prévias. Ao exame: acuidade visual com correção (AVCC): 20/30 em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia sem alterações em ambos os olhos(AO). Fundoscopia (FO) OD: presença de lesão macular placoide de coloração amarelada. OE: sem alterações. Realizada OCT de região macular que evidenciou: rarefação do segmento externo de fotorreceptores maculares, coroidite e inflamação e espessamento da coriocapilar bilateralmente. A angiografia fluoresceínica mostrou hipofluorescência inicial por má perfusão coroidiana, pontos de hiperfluorescência tardia caracterizando defeito em janela, hiperfluorescência de disco e áreas de extravasamento vascular. Sugerida propedêutica para sífilis, tuberculose e sarcoidose como principais etiologias. Exames laboratoriais: VDRL: 1:256; FTA-ABS: 25,23; PPD: não reagente (NR). Diante da hipótese de neurossífilis, o paciente foi internado e tratado com Ceftriaxone endovenoso por 14 dias. Exames durante a internação: HBSAG:NR; ANTI HCV: 0,50; ANTI HIV 1 e 2:NR; Avaliação do líquor:VDRL: NR; FTA-ABS IgG:reagente; Glicose:77mg/dL; Proteínas totais: 36,9mg/dL; Citometria e citologia: células nucleadas: 2/mm3; hemácias: 47/mm3; linfócitos: 98%; monócitos: 2%. Alta com AVCC de 20/20 AO e melhora das lesões em fundo de olho.

Conclusão

Diante de um quadro de baixa acuidade visual de etiologia coriorretiniana várias hipóteses podem ser aventadas. Com auxílio do OCT conseguimos estreitar as principais etiologias, identificando um quadro compatível com coriorretinopatia posterior placóide sifilítica aguda. Além disso, demonstramos o acometimento contralateral, não observado à FO, tornando a propedêutica mais direcionada e facilitando a resolução diagnóstica.

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