Código
RC001
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: SÃO LEOPOLDO MANDIC
Autores
- VICTOR FERRO BERTON (Interesse Comercial: NÃO)
- JOSÉ MARIO R. DE ANDRADE (Interesse Comercial: NÃO)
- RICARDO MUNIZ BERTON (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CATARATA CONGENITA BILATERAL POR CITOMEGALOVIRUS: UM RELATO DE CASO
Objetivo
O objetivo deste trabalho é discutir a importância do acompanhamento oftalmológico em pacientes lactentes, pré-escolares e escolares mesmo após teste do olhinho normal realizado em berçário, visto que diversas doenças oculares, como a catarata, podem manifestar sinais e sintomas apenas dias após alta da maternidade.
Relato do Caso
Paciente G.B, feminino, 2 meses, nascida de parto normal e com teste do olhinho sem alterações é trazida pela mãe a qual refere que a filha apresenta mudança de comportamento, irritabilidade e ambas as pupilas brancas (leucocoria) há 15 dias. Antecedentes pessoais: mãe nega exposição da filha à radiação ou uso de corticoides. Antecedentes familiares: mãe refere ter realizado todas as consultas de pré-natal, porém não soube informar os resultados de exames e sorologias durante a gestação ou a presença de síndromes genéticas, doenças metabólicas e sistêmicas na família. Exame físico geral: sem alterações. Exame físico oftalmológico: pálpebras normais; biomicroscopia: córneas transparentes, cristalinos com catarata nuclear +++/++++ bilateral; fundo de olho impossível pela opacificação de meios em AO. Conduta: paciente foi encaminhada ao geneticista e foram solicitados exames complementares para a avaliação de infecção congênita por rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, varicela e sífilis. O teste de PCR para a pesquisa do DNA do CMV na urina foi positivo, fechando o diagnóstico de catarata por infecção intrauterina por citomegalovírus.
Conclusão
O exame oftalmológico realizado pelo menos a cada seis meses nos dois primeiros anos de vida é fundamental para o diagnóstico precoce de doenças oculares mesmo após teste do olhinho sem alterações. Sinais e sintomas inespecíficos como irritação, mudança de comportamento, alteração do desenvolvimento postural, físico e motor podem indicar doença oftalmológica. Infecções intrauterinas são causas de alteração de visão e leucocoria em recém nascidos e lactentes.