Código
RC135
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Pernambuco - (UFPE)
Autores
- GIOVANNA QUINTELLA JUCA DUARTE OITICICA (Interesse Comercial: NÃO)
- Diogo Wagner Galindo Vaz Veras Queiroz (Interesse Comercial: NÃO)
- Virgínia Laura Lucas Torres (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MELANOMA MALIGNO DE COROIDE: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso raro de paciente com melanoma maligno de coroide com extensão escleral anterior
Relato do Caso
Paciente feminina, 58 anos, admitida com baixa visual, hiperemia, dor e lesão enegrecida em região temporal do olho direito (OD) há 1 ano, sem comorbidades sistêmicas. Olho esquerdo sem alterações. Ao exame: acuidade visual de percepção luminosa, opacidade corneana total e perfuração escleral com exposição de tecido uveal em OD. A ecografia evidenciou lesão sólida de média refletividade, em cogumelo, mal delimitada, com 7mm de espessura e contígua à parede escleral, sugestivo de melanoma de coroide com extensão escleral anterior. Realizada enucleação cujo anatomopatológico confirmou a suspeita clínica. Apresentava predomínio de células epitelioides, infiltração escleral e ausência de comprometimento do nervo óptico e invasão do corpo ciliar. Ausência de metástases sistêmicas ao rastreamento.
Conclusão
O melanoma de coroide representa 80% dos melanomas uveais e é o tumor intraocular mais frequente nos adultos. É uma doença rara, acometendo principalmente indivíduos na 6ª década de vida, raça branca e sexo masculino. A doença é assintomática inicialmente ou cursa com baixa visual, metamorfopsia e escotoma quando mais avançada. A extensão escleral é rara e relacionada a mal prognóstico sistêmico. O caso demonstra apresentação atípica de melanoma de coroide, cujo diagnóstico diferencial principal foi esclerite necrotizante pela presença de perfuração ocular. A ausência de comorbidades como colagenoses ou vasculites, associada a lesão sólida uveal à ecografia sugeriu o diagnóstico de melanoma, confirmado pelo anatomopatológico. Os principais fatores de pior prognóstico são o tipo celular epitelioide, tumores grandes, infiltração escleral e necrose tumoral. Cerca de 20% dos pacientes enucleados desenvolvem metástase após 30 meses da enucleação. Dessa forma, o seguimento oftalmológico e sistêmico é imprescindível.