Código
RC273
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Autores
- ELISA SILVANO DE PAULA BENJAMIN (Interesse Comercial: NÃO)
- Nabila Terra Demachki (Interesse Comercial: NÃO)
- Ana Luiza Biancardi (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESCLERITE COMO RARA MANIFESTAÇAO EXTRAINTESTINAL DA DOENÇA DE CROHN
Objetivo
Evidenciar que a esclerite é uma doença inflamatória ocular, podendo ser idiopática ou associada a doenças sistêmicas, sendo raramente relacionada à doença de Crohn (DC).
Relato do Caso
Mulher, 47 anos, com Crohn de localização ileal, não estenosante e não penetrante, há 15 anos, em uso de azatioprina e prednisona, sem história de cirurgia intestinal prévia, com doença em remissão clínica segundo o índice de Harvey-Bradshaw e em atividade instestinal (exame de calprotectina fecal positivo), com queixa de hiperemia e dor ocular intensa com irradiação periorbitária à direita. O exame oftalmológico revelou acuidade visual igual a 20/20 em ambos os olhos (AO), esclerite anterior difusa no olho direito, esclera arroxeada no olho esquerdo, tonometria e fundoscopia sem alterações AO. Foi necessário ajuste do tratamento sistêmico para controle satisfatório do quadro.
Conclusão
As manifestações oculares mais comuns relacionadas à doença inflamatória intestinal, também chamadas de manifestações extraintestinais (MEI) oftalmológicas, são episclerite (2%-5%) e uveíte (0,5%-3,5%). A esclerite ocorre em menos de 1% dos casos, na DC têm sido associada ao sexo feminino, presença de artrite ou artralgia ocorrendo nos primeiros anos após o diagnóstico. A maioria dos pacientes com esclerite anterior difusa será tratado com anti-inflamatórios não-esteróides por via oral, mas casos persistentes e graves vão requerer imunossupressor. No presente relato foi necessária a conduta multidisciplinar junto à gastroenterologia, com aumento da prednisona oral e posteriormente da azatioprina para controle da esclerite.