Código
RC103
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Ação Visual Oftalmologia
Autores
- ANTONIO FERREIRA DE MENDONCA NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIA CAROLINE AZEVEDO REIS (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO PASCOAL AZEVEDO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LESAO RETROBULBAR SECUNDARIA A NEUROCISTICERCOSE: RELATO DE CASO
Objetivo
Será descrito o caso de um paciente com lesão retrobulbar secundária a neurocisticercose.
Relato do Caso
Paciente 39 anos, masculino, queixando de baixa de visão no olho direito (OD) há 10 dias. Ao exame oftalmológico, apresentou melhor acuidade visual (AV) 20/400 e 20/20. Motilidade ocular, biomicroscopia e tonometria dentro dos padrões de normalidade. Fundoscopia OD, mostrando edema de papila, vasculite peripapilar, estrela macular e lesões temporais de coriorretinite em diversos estágios de evolução. Na ocasião, apresentou tomografia de crânio com presença de cistos calcificados sugestivos de neurocisticercose no córtex cerebral. Foram solicitados: retinografia, citologia do líquorcefaloraquidiano (LCR), sorologia do LCR e do sangue para cisticercose, sorologia para bartonelose e ressonância com contraste das órbitas. Sugerido corticoterapia com prednisona 1mg/kg/dia. Após 15 dias de tratamento, apresentou AV de 20/200 e 20/20, retinografia com redução do edema de papila, melhora do quadro macular e lesões de coriorretinite cicatrizadas. Ressonância das órbitas com focos hipointensos e realce do contraste na projeção da cabeça do nervo óptico e ao longo da gordura extraconal (cistos?) no lado direito. Citologia do LCR com aumento da contagem de leucócitos. Sorologia (ELISA) do sangue REAGENTE para cisticercose e do LCR não reagente. Sorologia para Bartonelose negativo. Cisticercose é uma parasitose causada pela ingestão de ovos de Taenia solium, caracterizada pelo parasitismo de diversos tecidos, como coração, músculo, cérebro e olhos. O envolvimento ocular ocorre em até 46% dos infectados. As manifestações oculares podem ser críticas, levando a uma resposta inflamatória grave que pode resultar em perda visual. O tratamento clínico com drogas anti-helmínticas não é curativo, sendo indicada a remoção cirúrgica do cisticerco
Conclusão
Neste caso, existe possível evidência de envolvimento do nervo óptico pelo parasita da cisticercose, fato incomum na literatura pesquisada. Foi evidenciada melhora da inflamação ocular com uso de corticoterapia.