Código
RC225
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: INSTITUTO DE OLHOS CIÊNCIAS MÉDICAS
Autores
- NADINE FERNANDES DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- TEREZA CRISTINA MOREIRA KANADANI (Interesse Comercial: NÃO)
- SENICE ALVARENGA RODRIGUES SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PAQUICOROIDE ASSOCIADA A CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL - RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de paquicoróide com coriorretinopatia serosa central e seu tratamento com espironolactona.
Relato do Caso
Paciente feminina, 32 anos, enfermeira, encaminhada para avaliação pelo setor de retina por baixa acuidade visual no olho esquerdo (OE) há 6 meses. Segundo encaminhamento, paciente previamente submetida `a duas aplicações intravítreas de ranibizumabe, por hipótese de membrana neovascular secundária à miopia. Portadora de alta miopia e de glaucoma, em uso de Brinzolamida/Timolol colírio em ambos os olhos (AO). Ao exame oftalmológico, apresentou uma acuidade visual no olho direito (OD) de 20/20 e no OE de 20/100 (Snellen). Sem alterações `a biomicroscopia e pressão intra-ocular de 12mmHg em AO. Ao mapeamento de retina, notou-se um estafiloma no pólo posterior do OD e brilho macular alterado no OE. A tomografia de coerência óptica (OCT) e a angiografia fluorescente evidenciaram um descolamento de retina neurossensorial no OE, associado a um espessamento de coróide, sugerindo a hipótese de paquicoróide com coriorretinopatia serosa central. Optou-se por iniciar o tratamento clínico com espironolactona 50mg ao dia. O tratamento foi mantido por 3 meses e após esse período foi realizada uma nova OCT, que revelou a melhora do fluido subretiniano e também da AV, atingindo 20/40.
Conclusão
A paquicoróide é um espectro que reúne entidades clínicas com uma característica em comum: o espessamento da coróide. A fisiopatologia da paquicoróide na serosa central envolve a dilatação dos grandes vasos coróides com obstrução da coriocapilar, aumento da permeabilidade e consequente extravasamento de líquido. O tratamento com antagonistas da aldosterona, como a espironolactona, tem se mostrado uma opção terapêutica promissora. Ao bloquearem os receptores dos mineralocorticóides eles diminuem a vasodilatação coroideana. Pesquisas ainda são necessárias para melhor descrição de dosagem e de tempo de tratamento.