Código
RC107
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Autores
- LINA PORTO HERMETO (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAELLA CALVANO SANCHES (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL DAVID VARGAS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA NA URGENCIA, DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS
Objetivo
Discutir as múltiplas etiologias e tratamentos das neuropatias ópticas que adentram um serviço de urgência.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 23 anos, compareceu à Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte com queixa de baixa acuidade visual em olho direito (OD), associada a dor à movimentação ocular há 05 dias. Negou comorbidades ou uso contínuo de medicamentos. A acuidade visual corrigida era de 0,2 em OD e 1,0 em OE. A biomicroscopia inocente, assim como o vítreo. A fundoscopia do OD mostrava edema de papila bem estabelecido associado a micro-hemorragias peridiscais, sem outros achados. O olho esquerdo era normal. A tonometria era de 13mmHg bilateralmente. Diante da suspeita de neuropatia óptica, a neurologia optou pela internação e pulsoterapia com metilpredinisolona. Durante o tratamento, evoluiu com estrela macular em OD. Solicitada avaliação da neuroftalmologia, que, com a melhora parcial do edema, identificou área de elevação peripapilar sugestiva de neurorretinite de Jensen. Iniciado esquema completo para toxoplasmose com excelente resposta. Após 56 dias de tratamento, paciente evoluiu com acuidade visual de 0,8/1,0, melhora completa do edema de papila, cicatrização da lesão peridiscal e reversão do quadro de estrela macular.
Conclusão
A abordagem do edema de papila nos serviços de urgência pode ser extremamente complexa. Muitos quadros são interdisciplinares entre neurologia, oftalmologia e reumatologia, dificultando a abordagem por uma especialidade isoladamente. As neuropatias ópticas desmielinizantes, isquêmicas, inflamatórias, infecciosas e parainfecciosas podem se sobrepor dificultando o diagnóstico etiológico e a correta terapêutica. Dessa forma, profissionais treinados, protocolos de condutas e uma equipe experiente de retaguarda são necessários para a formação de um serviço capaz de atender às demandas de urgências oftalmológicas.