Código
RC147
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
Autores
- ALINE FERREIRA ZWETKOFF (Interesse Comercial: NÃO)
- ANNA CHRISTINA HIGINO ROCHA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME OCULOGLANDULAR DE PARINAUD POR ESPOROTRICOSE: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente com Síndrome Oculoglandular de Parinaud por esporotricose em Belo Horizonte.
Relato do Caso
Uma mulher de 34 anos se apresentou ao serviço de urgência oftalmológica com quadro de conjuntivite há 20 dias, tratada com colírio de antibiótico e corticoide, sem melhora. Ao exame, apresentava conjuntivite folicular entremeada por áreas ulceradas e linfadenomegalia pré auricular de aprox. 2 cm. Foi levantada hipótese de conjuntivite de inclusão por clamídia e feito tratamento com azitromicina. Após uma semana, retornou com piora dos sintomas e foi diagnosticada com síndrome oculoglandular de Parinaud. A paciente negava contato com gato, atividade de jardinagem ou contato com tuberculose. Foi realizado raspado conjuntival para exame direto e culturas, além de exames sorológicos, radiografia de tórax e teste tuberculínico. No 15° dia de acompanhamento, o exame microbiológico direto identificava apenas leucócitos e as culturas e sorologias ainda estavam em análise. No 25° dia de acompanhamento, foi identificado crescimento de Sporothrix sp na cultura de raspado de conjuntiva. Nesta consulta, a paciente relatou ter iniciado há uma semana com poliartrite simétrica aditiva em tornozelos, joelhos, cotovelos e punhos. No dia da consulta, mantinha edema em tornozelos e dor leve associada, já em fase de melhora. Foi iniciado tratamento sistêmico com itraconazol 200mg/dia. Após 3 semanas de tratamento, a paciente apresentava melhora substancial das lesões tarsais e linfadenomegalia e resolução completa do quadro articular.
Conclusão
A região sudeste do Brasil tem percebido incremento importante no número de casos de infecção humana por esporotricose. Todavia, devido à baixa taxa de incidência histórica da doença, o diagnóstico desta por vezes não é estabelecido. O caso descrito se torna de grande interesse científico neste contexto, ao salientar a importância da suspeição da esporotricose e investigação etiológica em casos de conjuntivite prolongada e/ou de apresentação atípica, mesmo em paciente sem história indicativa de risco.