Título

ENVOLVIMENTO OCULAR NAS ESPONDILOARTROPATIAS E REPERCUSSOES DO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO ADEQUADOS

Objetivo

Relacionar diferentes sinais de espondiloartropatias, visando diagnóstico e tratamento adequados das patologias de base que possam interferir no prognóstico do paciente, evitando intervenções desnecessárias.

Relato do Caso

Masculino, 36 anos, branco, supervisor e atleta. Queixa: dor, hiperemia e baixa acuidade visual em olho direito (OD) há 15 dias. Antecedentes: lombalgia e dor nos ombros referindo cirurgia programada da coluna lombar e cirurgia de pterígio OD há 5 meses. Ao exame: Acuidade visual (AVsc): 20/200 e 20/20, PIO: 6 mmHg e 11 mmHg, biomicroscopia: OD opacidade córnea nasal, pks finos, reação de camara anterior (RCA) + 3, fibrina, sinequias posteriores, opacidade de cristalino e OE sem alterações. Mapeamento de retina: OD impossível e OE sem alterações. Ultrassonografia: vitreíte OD. Prescrito: acetato de prednisolona 1% e tropicamida tópicos e solicitados exames laboratoriais. Retorno: HLA-B27 positivo, PPD 7 mm. Solicitada avaliação reumatológica com diagnóstico: Espondilite Anquilosante. Prescrito: isoniazida e sulfassalazina e posteriormente imunobiológicos. Retornou sem dores articulares, AV 20/20 AO, biomicroscopia sem RCA AO. Relatou não ter passado por procedimentos cirúrgicos, apenas tratamento clínico para controle inflamatório e boa resposta clínica.

Conclusão

A espondilite anquilosante é uma das espondiloartropatias que apresentam diversas manifestações clínicas articulares e extra articulares. Fora do contexto articular, as manifestações oculares se caracterizam por uveíte anterior não granulomatosa, sinequiante, assimétrica que acomete principalmente homens jovens. Com base nos dados expostos, o diagnóstico e tratamento adequados com os imunobiológicos foram capazes de controlar a atividade inflamatória da doença, eliminando os sintomas articulares e melhorando a AV e inflamação ocular. A abordagem adequada da patologia de base pode interferir no prognóstico do paciente, evitando intervenções desnecessárias, sendo importante o manejo multidisciplinar.