Código
RC182
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Ação Visual
Autores
- HABIB GABRIEL DALLA MARTA KMEIH (Interesse Comercial: NÃO)
- Gustavo Pascoal Azevedo (Interesse Comercial: NÃO)
- Grace Kelly Pelicioni de Castro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
COMPLICAÇAO DE FOSSETA CONGENITA DE PAPILA COM INVOLUÇAO ESPONTANEA
Objetivo
Mostrar caso de evolução espontânea de complicação de fosseta de disco óptico.
Relato do Caso
26 anos, gênero feminino, sem histórico patológico pregresso, compareceu para avaliação oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual (AV) no olho direito (OD) há dois anos, melhor AV 20/30 (OD), e 20/20 no olho esquerdo (OE), reflexos fotomotores preservados em ambos os olhos (AO), sem estrabismo, tonometria de 15 mmhg (AO). Biomicroscopia AO: conjuntiva calma, córnea transparente, câmara anterior sem reação e cristalino translúcido. Fundoscopia no OD: região temporal do nervo óptico pálido, com presença de fosseta e descolamento seroso da retina neurossensorial, vítreo transparente. Fundoscopia no OE: normal. A tomografia de coerência óptica (OCT) comprovou descolamento seroso secundário a fosseta de NO no OD. Optou-se por conduta expectante devido boa AV e acompanhamento semestral. Após dois anos de acompanhamento evoluiu com melhora da AV para 20/25 (OD), e 20/20 (OE), sem necessidade de tratamento. Fosseta de disco óptico é uma escavação congénita anómala da cabeça do NO. Apresenta uma prevalência de 1/1100016, afeta igualmente os sexos e unilateral (85%). Ao exame de fundoscopia revela uma escavação no disco óptico com variação na coloração, forma e tamanho. Pode ter associações como alterações do NO, colobomas da papila, que sugere resultar de um encerramento incompleto da fissura fetal, ou diferenciação anómala da “epithelial papilla”. Cursa assintomático até que se verifique o aparecimento de um descolamento central, complicação que ocorre em até 75% dos casos, e descolamento de retina geralmente associado nas arcadas temporais. O OCT revela estrutura bilaminar, “schisis-like”, entre as camadas internas e externas da retina e um descolamento neurossensorial central. A explicação fisiopatológica para o descolamento macular, pode ter origem pela entrada do líquido cefalorraquidiano sub-retiniano através da fosseta.
Conclusão
Nem sempre é necessário indicar tratamento em pacientes com descolamento seroso por fosseta de disco óptico.